domingo, 27 de fevereiro de 2011

Quem sou eu?

Tenho percebido, principalmente nas redes sociais, que mulheres que dão à luz, se definem e nomeiam em seus perfis como "a mãe de".
Eu não gosto da idéia.
Eu continuo sendo Waleska Barbosa.
E em sendo eu, Waleska, sou a mãe de Morena.
Nesses primeiros meses após o nascimento da pequena há uma grande confusão em saber quem somos nós porque não temos, no mínimo, tempo pra isso. Nem interesse.
Mas subitamente voltamos a cair em nós e sentir outras necessidades e é por essa fase que venho passando.
Então, hoje, domingo, transgredi a minha missão de maternidade e saí. Saí sem celular, sem carro e fui dar uma volta pelos arredores de casa.
Tinha uma meta: esquecer a existência do telefone (principalmente que eu estava sem ele, que ficara carregando), esquecer até mesmo da pequena e de sua dependência e esquecer que Fábio poderia sentir necessidade da minha presença se ela acordasse.
Eu queria relaxar. Queria não estar sobressaltada. Queria não ter que parar tudo depois de receber um telefonema.
Comprei os jornais, sentei num Café e li. Como há meses não fazia.
Eu fui no mercado, olhei prateleiras calmamente. Como há meses não fazia.
Eu caminhei pelas ruas, observando calmamente o movimento, ouvindo os pássaros, os sons da natureza, olhando as mudanças na quadra. Como há meses não fazia.
Quando o pensamento no telefone, em Morena e em Fábio me chegavam eu tratava de os afastar, como se estivesse em meditação.
Não posso dizer que fui de todo exitosa.
Mas cheguei perto.
E isso foi muito bom e importante para mim. Senti-me merecedora.
E chegando em casa, encontrei uma duplinha de pai e filha absolutamente afinada, que não passara por nenhum apuro e que, talvez, da mesma forma, tivesse dando uma trégua de mim.
Quem venham outras...

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