segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Sobre peitos, mamas e mamadas

Eu nem sonhava em ter um filho, no caso, uma filha, quando fui para as comemorações do desmame de uma amiga. Ela foi tomar uma cerveja e fomos junto.
Como eu não tinha detalhes do processo que ela passou até esse dia, ficou a sensação de que desmamar era assim, simples, rápido, sem recaídas, sem voltas atrás. Era algo que se decidia, se fazia e depois era só comemorar com o que se sonhou e não podia quando amamentava: tomar uns goles.
Depois, veio o desmame de minha irmã Vitória e, como eu estava mais próxima (embora com ela morando na Europa e eu aqui) novas marcas desse período da vida ficaram em mim. Era difícil, era dolorido, era sofrido, era demorado e o bebê sentia a separação e reclamava.
Vivendo a maternidade, descobri que o desmame tem início geralmente aos seis meses do bebê, quando se inicia a alimentação e o leite materno deixa de ser exclusivo. Tem início assim, definido. E um final completamente indeterminado.
Comungo com muitos conceitos e preferências da maternagem, de militantes do parto humanizado e coisas assim. Gosto de amamentar, lutei para que minha amamentação desse certo (passei por ingurgitamento, sangramento, ferimento, perda de peso da bebê acima do normal após saída do hospital, introdução de fórmula, quando ela era RN), mas nunca pretendi passar 'dois anos ou mais', como preconiza o Ministério
da Saúde, amamentando.
Também nunca tirei leite para doar ou para guardar. As distâncias que mantive de Morena até os seis meses, eram limitadas pela sua necessidade de mamar. Agora, quando está com 15, continuo sendo sua cuidadora oficial pois ela não foi para creche, nem teve babá. Embora atualmente esteja passando as tardes sem mim, 15 dias por mês.
Bom, essa história enorme, é para dizer que a amamentação tem me incomodado algumas vezes, principalmente de madrugada, quando ela chama e noto que não está sugando o peito, apenas mantendo-o lá como a chupeta que nunca usou.
Pior, quando eu o guardo, ela acorda e chora. E o peito, ao contrário do que acontece durante o dia, costuma doer e me incomodar bastante durante a noite.
Nessas ocasiões, sempre penso em desistir. Pois bem, esse meu querer encontrou eco em algumas leituras em que os pediatras recomendam a retirada da mamada noturna.
Aí, ontem eu decidi que não ia dar o peito de madrugada. E ela acordou muito mais que as duas vezes habituais.
Eu contava histórias, cantava, conversava, brincava, beijava, abraçava, mas não dava o peito. Nas primeiras vezes, ela chorou por um bom tempo até adormecer. Depois, começou a não chorar mais. Até eu concluir que ela estava já acomodada à nova situação. Resultado? Só acordamos depois das 8h, chamadas por Fábio, para
não perder a natação.
Aí, ela demonstrou levemente querer o peito, eu a levei imediatamente para a cozinha, para 'nham nham nham', tomar café.
Depois, fomos nadar. Aí, o lanche. E aí, meus peitos a essas alturas estavam gigantes e doloridos e ela sem dar sinal de querer mamar.
O que eu fiz? Uma pequena sacanagem com a pequena, que tanto tinha reivindicado seu leite madrugada adentro.
Disse: Filha, vem cá, vem tomar um leitinho.
E ela na maior camaradagem, tomou tudinho.
Eu não oficializei o desmame. Não vou negar para sempre o peito, fazer ordenha para tirar o excesso de leite ou tomar remédio para secá-lo - ainda.
Mas sigo firme no propósito de tirar a mamada noturna.
Vamos ver no que dá.

domingo, 30 de outubro de 2011

Imagens do domingo









Dia de encontros e teatro

Hoje nosso dia começou cedo. Saí com Morena para tomarmos café na padaria. Lá, outros bebês, cachorros estacionados, pássaros pousando, tudo que a pequena curte. Eu também curti. Menos o queijo quente e o expresso. Frios e sem qualidade. O pão, abandonei inteiro. O café - tentei outro, igualmente ruim. O jeito foi buscar uma segunda opção,o Fran's Café, onde escutei um episódio que já narrei no FaceBook e transcrevo aqui. "Hoje cedo no Frans Café. Eu tomando um expresso, Morena mamando 'no peito' - pleonasmo para nao deixar duvida. A meio metro de nós, mae e filho de uns cinco anos e eu ouvindo: Mãe, vc ta vendo? A mãe é negra e a filha é branca. E a mãe: ela nao é negra, é morena. O pai da nenen deve ser bem branquinho. Quando vc crescer, se casar com uma mulher negra, pode ter filhos branquinhos também!" Depois de hortifruti e farmácia, voltamos para casa e nos arrumamos para almoçar com meu irmão Roberto e sua esposa, numa galeteria que adoro, no Sudoeste. Depois, sobremesa na casa deles e, teatro Caleidoscópio, para assistirmos à peça Panapanã, Teatro para Bebês, do Cia Celeiro das Antas. Bruninho e os pais também estavam lá e de, novo, os pequenos estiveram juntos. O espetáculo não era tão bom quanto o que vimos no Ciclo Internacional do CCBB. Mas tinha música ao vivo, o que achei ótimo e, igualmente prendeu a atenção de Morena. Ao final, vários instrumentos foram colocados à disposição da miúda platéia (essa foi a parte que mais gostei) e ela adorou. Brincou e tocou até...

sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Hoje é o dia do 15

Quinze.
Esse número é tão bonito.
É o dia do meu aniversário.
É o tempo de vida que Morena completa hoje.
A mim soa bem dizer 15.
Sinto como uma palavra cheia, plena.
Por isso, não é mais um mês de vida que a gente comemora.
Mas o mês de vida número 15. O décimo quinto.
Fico pensando como não me repetir ao falar da pequena.
Hoje não quis relembrar o dia do parto nos seus pormenores, como
venho fazendo a cada dia 28.
Hoje quis viver as estréias, as novidades, o que me enche os olhos
como se fosse a primeira vez e o que de fato é a primeira vez.
Minha filha tem sido descrita por mim como um ser cantante.
Ela cantarola o tempo todo agora. Parece tão tomada por belas
vontades, como a de cantar e falar, que nem se ressente por
não conseguir isso com perfeição.
Entre pa pa pas, ba ba bas, blu blu blus, do do dos, ela passa o
dia soprando sons em nossa casa e em nossa vida.
Desde a hora em que acorda, de pronto feliz, sorridente e ativa, com os
olhinhos buscando o primeiro brinquedo que os dedos podem alcançar,
até a hora em que adormece e nos momentos em que, de madrugada, grita, mã,
mã, chamando geralmente por algo que respondemos como aleitamento materno,
Morena é e nos traz essa plenitude da vida e sua formação, seu desenvolvimento,
seu viver ao longo do tempo. Nesse caso, ao longo de 15 - lindos - meses.
Amém!

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Pequeno tratado sobre a solidão das mães

Um amigo querido vez por outra toca num assunto: como a nossa turma se comportou e se comporta com Morena, comigo, conosco após o nascimento dela. Ele acha que ninguém pode dizer “que cuti cuti” e pronto. Ele acha que deveria haver mais presença, mais amizade, mais responsabilidade, mais compartilhamento entre todos. Ele acha que terem acompanhado minha gravidez, de estarem na minha vida há anos, alguns, geraria mais compromissos do que dizer “cuti cuti”.
Eu também já achei isso. Mas encontrei meu caminho já, pós-virar mãe. Esse texto é inspirado em um outro, publicado num blog que já citei, o único materno que leio. São tantos, né? Não dá para acompanhar.
Lá a autora fala das queixas de uma amiga sobre a solidão e nos instigava a pensar sobre nossa própria condição, a de cada leitora.
Pois bem. Numa reunião do Ishtar, aqui em Brasília, a pediatra convidada sentenciou: Toda mãe é essencialmente uma solitária.
Essa frase explicou tudo, me deu alento, me deu identidade e me deu a capacidade de ‘me conformar com aquilo que não posso mudar’ e ‘coragem para mudar aquilo que posso’.
Em outro texto, divulgado na lista do Ishtar, recentemente, uma mulher que se tornaria mãe, chama de ‘impostora’ a mulher que tomaria conta dela, após o nascimento de seu filhote.
Pois. A impostura que me dominou me fez passar esses 15 meses (que se completam amanhã), sem uma grande lista de dissabores para contar ou para lembrar (minha memória é muito curta e vai apagando a intensidade de coisas que até sei que enfrentei).
A solidão bateu, a vontade de estar com as pessoas, de que elas estivessem comigo, de receber convites, de ser freqüentada, etc, etc, veio muitas vezes e muitas vezes veio forte. Lembro que no começo mais. Depois, fui fazendo elaborações e achando meu caminho, como já falei.
Além da sentença da médica, outras me deram respaldo. Minha mãe sempre nos disse: amigo é pai e mãe. Ela defendeu a vida toda que amigos se conhecem nas dificuldades e que, nestas, eles somem e se fazem conhecer assim, se tornando desconhecidos.
Nesse caso, interpreto isso, como ‘cada um no seu quadrado’, ‘cada um com seus pobrema’. Agora sem mágoa, com maturidade. Penso que seria assim diante de uma doença, de um problema grave. Se bem que já tive alguns problemas graves e só saí deles por causa desses mesmos amigos.
Então, vem a teoria do desconhecido, aquele com o qual as pessoas não sabem lidar. Talvez esse povo todo não tenha sabido e nem querido lidar com a ‘impostora’ porque passaram a vida sendo amigos de Waleska.
Eu também não sabia lidar com ela, mas não podia me dar a esse luxo. Nesse caso, só eu tinha a obrigação de saber lidar com a maternidade e com minha filha e não podia me fiar na minha inabilidade de lidar com.
Na travessia – que está só começando - ajudaram-me muitos. Esse amigo da primeira frase. Foi o que sempre apareceu, desde os primeiros dias de pós-parto, o que quebrou galhos, o que nos emocionou com sua presença incondicional. Fábio que, num aprendizado próprio também, de ser pai, marido, dono de casa, como eu, mãe, mulher, dona de casa, teve que achar seu novo norte ao nosso lado. Sim, por mais que ‘trabalhada’, a relação entre mãe e filha é bem intrínseca.
Ajudou-me Elizângela que, às terças e quintas, quando ia arrumar nossa casa, olhava a pequena, enquanto eu botava a cara no mundo, para me depilar, pintar a unha, cortar o cabelo, provar a calça que nunca cabia e nunca era comprada no comércio local.
Nossos familiares que moram aqui. Os familiares e amigos que moram fora daqui, viajei muito nesse tempo, estive muito com eles e senti seu amor e carinho por Morena, e estive com eles também pelo skype.
Ajudei-me eu mesma. Que, muito pelos conselhos de Vitória, botei o bloco Waleska e Morena via sling, na rua, fazendo programas próprios e ajudando a vida a seguir. Que busquei superar conflitos e solidões sem deixar mágoa para ninguém.
Ajudaram-me amigos virtuais como o grupo Ishtar e reais, como as mamães que viraram ‘brodis’, como Ju e Manu.
Enfim, escrevo esse texto para dizer que continuo achando a ‘mãe essencialmente uma solitária’ pelas diversas conotações que a frase tem. Mas que administrei minha carga de solidão e sei que ela não é maior agora. Ou é. Que ela é a mesma ou menor. Ou nenhuma. Depende do dia e da hora. Porque mais do que as mães, o ser humano é essencialmente solitário.
Para chegar a essa conclusão, ajudou-me o samba, o vinho, o amor, a música, a rua, a vida.
Ajuda-me a cada instante a presença de Morena em mim e na nossa vida e todo o universo lúdico/amoroso que ela instalou na nossa casa, no nosso coração para sempre.
A vida segue.
E é isso. Ema, ema, ema...

Ou não.

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Quinta passada...


Fábio também foi à musicalização. Estava muito frio e Morena foi a única aluna por alguns momentos. Depois, chegaram mais dois. Acho que os 'tios' ficaram um tanto perdidos com a falta de quórum. Eu prefiro a turma cheia.

Saudades do samba e...



para diminui-la, fomos ao Armazém do Ferreira com amigos, sambafeijoar. Foi muito bom! Depois, ainda estiquei no samba do Tartaruga, homenagem a Paulinho da Viola, enquanto a filhota ia pra casa, dormir com o pai. Recebi o famoso 'Vale Tartaruga'!

terça-feira, 25 de outubro de 2011

O retorno do sol



Inacreditável. Ontem tivemos sensação térmica de 11 graus. Hoje, calor arrebatador. A melhor parte de hoje foi poder sair de casa, ir ao parque com Morena. A pior de ontem foi termos desistida da aula de natação.

No parque, voltamos à areia. Mas prefiro e, espero que Morena também, o gramado, onde estendemos nossa esteira e ficamos...comendo, brincando, passeando, jogando bola.

A manhã de hoje foi assim!

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Miauuuu

Tenho o desgosto de não tocar um instrumento. Aí, um dia me deparei com a minha redenção. Uma cítara. Estava numa loja de brinquedos educativos, em São Paulo, dedilhei uma que estava em exposição e, de repente, saiu uma música. Uma coisa simples assim. Redentora. Fábio me deu uma de presente. Não teve escolha. Aí, agora, posso maquiar meu sonho e tocar músicas infantis para e com Morena, como se estivesse tocando um instrumento muito mais completo e como se fosse uma virtuose. O prazer que sinto, me habilita a tal. E tocando para a pequena Atirei o pau no gato, que hoje é considerada politicamente incorreta, mas para a qual eu tenho a cifra, ela respondeu: Miauuuuu, no final. Surpresa linda, de um aprendizado que não sei como e quando aconteceu. Belezura!
Ela também faz uma caretinha no final da música que fala da lagartixa. Essa tem no video abaixo.

Será culpa do Tio Maluco ou nenhuma das respostas?

Na Revista Crescer, em crônica de Marcelo Tas foi institucionalizada a figura do Tio Maluco, citada novamente
por Denise Fraga em seu texto de outubro.

É aquela pessoinha transgressora que convive com nossos filhotes, sem nem mesmo precisar ser tio de sangue. Faz, incentiva, mostra, fala sobre coisas que a gente não faria, não incentivaria, não mostraria ou não falaria por questões de personalidade ou, para manter a autoridade de pais.

Assim, o Tio Maluco seria até um alter ego nosso, nos ajudando em coisas que a gente até gostaria mas que, por dever de ofício, tem que evitar.

Bom, aqui foi uma 'tradução livre' para o Tio Maluco do Tas e da Denise.

Andei pensando se os adultos também devem manter a presença dessa figura na sua vida. E até achei que é por sua influência que, na minha teoria, seria igual às peraltices dos duendes e sacis, que ando vendo gente grande fazendo tantas infrações diante dos filhos e até para e por eles, notadamente no Parque Olhos D'Água, foco das minhas observações e a razão desse texto.

Antes de ontem, ao caminhar por lá, ouvi uma mãe gritando horrores com o filho. Não era bronca, era diversão. Mas era, sobretudo, exagero. Na minha opinião. Talvez uns gritos que exprimissem a alegria que ela não estava sentindo em brincar na areia com o filhote. É puro julgamento mesmo pois vi e ouvi a cena de longe. Não estava com Morena. Estava me exercitando, portanto, passando.

Ao ser chamada a atenção pelos gritos, vi que não apenas a criança mas a saltitante mamãe estavam no balanço de madeira. Os dois. Num lugar em que uma grande placa avisa: os brinquedos não são para os pais. NÃO são. O que leva um ser humano adulto a se sentar num balanço infantil de um parque infantil, quando ali há uma placa reivindicando que isso não seja feito, em nome do bem comum (o que está implícito)?

Ali mesmo, no parque de areia presenciamos outra infração de muitos adultos. Há poucos dias o local foi interditado, cercado por aquelas fitas amarelas e pretas. Inclusive, no mesmo dia em que comprei baldinho e fui com Morena inaugurar o brinquedo.

Diante da descoberta, meus planos, então, foram adiados e fomos curtir o mesmo lugar que costumamos frequentar lá, o gramado perto da administração. Aproveitei a proximidade para procurar os gestores do parque e perguntar a razão da interdição, quando o local seria liberado.

Não havia previsão e estava fechado para reformas, troca da areia, coisas assim.

Aí, no final de semana fomos ao Olhos D´Água, ao gramado e , ao passar pelo parquinho, qual não foi nossa surpresa ao avistar vários pais e seus rebentos, embaixo das fitas, curtindo o lugar, com cara de paisagem, como se não estivessem enxergando os sinais de que a área não estava liberada? Fizemos até foto, diante da incredulidade para a cena.

Eu simplesmente não teria coragem de ignorar as fitas, a proibição temporária e me postar por lá com a pequena, como se nada estivesse acontecendo.

Outra coisa que já vi, algumas vezes, a despeito das placas pedindo o contrário, foram adultos alimentando os animais do parque, incluindo os peixinhos.

E aí, eu me pergunto? Será que essas pessoas tem um tiozinho maluco soprando deslizes por sobre seus ombros? Será que é saudável incentivar a libertinagem que o tio nos propõe mesmo na vida adulta e eu que estou sendo a chata? A que não teve Tio Maluco na infância?

Será?

Ou será que o Tio Maluco não tem nada a ver com isso? E a explicação é outra e sem nenhuma graça?

Série Sustos - Episódio II

Era um sábado, começo de outubro e Fábio sairia com Morena. A principal missão: aplicar uma vacina particular, contra varicela.

Arrumei a pequena com mais um dos modelitos ganhos no aniversário e sapatinhos arrumados.

Aí, ela já começou a perder o equilíbrio. Dificuldade para ficar em pé, quedas repentinas, coisas assim. Ela tinha começado a andar pouco antes e achamos que poderia ser por causa disso.

Notamos que algo não estava correndo bem. E ainda em casa arrisquei um palpite: eram os sapatinhos arrumados ficando pequenos. Como a gente tem uma certa dificuldade em achar modelos confortáveis, que a ajudem no caminhar recente e que fiquem bem no seu pé (que é magro e comprido), não pudemos simplesmente trocar a peça, por falta de outra opção viável naquele momento (que combinasse com a roupa, devo confessar).

Fábio gosta de carregá-la na mochila e já na rua, disse que a pequena reclamou, quis descer do acessório.

Ele resolveu levá-la ao shopping para comprar um outro calçado, apostando na hipótese de que aquele a estava incomodando.

Na loja, Fábio disse que houve chororô e que quase não deu para provar os modelos. É tanto que ele comprou uma sandália lindinha, que eu amei, mas que precisei trocar depois (e não havia número maior) pois tinha ficado pequena e, no sufoco, ninguém notou.

Então, quando voltaram e fui trocar a fralda de Morena percebi a razão de tudo. A roupa nova era uma blusa e short saia. E eu tinha colocado as duas pernas da filhota numa única perna do short.

Ela já estava com uma mancha roxa na perna, que também estava marcada e, logicamente, dolorida.

Fiquei impressionada com tantos sinais que ela deu de que algo não ia bem e não fizemos um exame mais apurado, chutando num palpite tão distante quanto os sapatos apertados.

Não houve ferimento e as marcas logo sumiram. Mas ficou a dica de sempre apostar na comunicação dos pequenos, seja ela de que maneira for.

Série Sustos - Episódio I

Sábado fomos, eu e Morena, almoçar no Terra Viva.
Na volta, coloquei a pequena, a bolsa dela e as minhas coisas, incluindo o celular, dentro do carro, quando ouvi o barulhinho da trava. Ou seja, eu não tinha sido rápida o suficiente para acomodar tudo, todos e dar partida.
Eu ainda estava fora do veículo, quando ela já estava bem fechada nos cintos da cadeira, do carro e dentro do próprio carro. Até aí, tudo bem.
Cliquei no alarme, o que resolveria a questão abrindo novamente a porta.
Mas isso não aconteceu. Era o carro de Fábio e um defeito no aparelho já era problema de longa data.
Eu até evitava usá-lo e já tive uma unha quebrada apertando-o.
Então, pensei que era só caprichar no aperto.
Mas caprichava e nada acontecia.
O alarme não tocava, o carro não abria.
Fui suando frio. Ficando desesperada e me sentindo na obrigação de não passar isso para Morena.
Entre apertões desesperados e vãos, eu sorria para ela, fazia uma gracinha, dava tchau. Mas para mim
era evidente que ela já estranhava aquela demora, nunca antes experimentada. E isso aumentava meus suores e
sofrimentos.
Vi um homem estacionando perto e pensei que era por ele que ia chamar.
"Dois pensam melhor que um", repetia mentalmente.
Daí, notei que o cara demorava para aprumar o veículo e, depois disso feito, demorava para sair.
Percebi que ele estava assustado comigo e tentando enrolar para não se envolver na situação.
Essa percepção me fez decidir: Você não vai fugir.
Aí, o chamei mais de uma vez. Pois ele queria fazer cara de paisagem. Eu não deixei.
A essas alturas, o alarme tocava pois eu tinha tido a idéia de abrir a mala para tentar me aproximar de Morena.
Não deu certo porque a mala não tinha comunicação com o espaço interno.
Aí, veio o homem. Desconfiado. E eu dizendo: minha filha está aí, não consigo abrir o carro pelo alarme, não quero
passar meu desespero para ela, o carro é do meu marido... Frases desconexas que tinham a missão de fazê-lo confiar em
mim, me ajudando, consequentemente e, também fazê-lo entender o que estava acontencendo.
Ele perguntou placidamente: Você já abriu o carro com a chave?
Pronto. O céu se abria. Minha alma se desanuviava.
Não sei porque não tinha pensado nisso, já que abrira a mala.
Quando tive acesso ao celular, liguei para Fábio, lógico, contando o ocorrido e perguntando se ele tinha alguma dica
para fazer o alarme parar de soar. Ele, placidamente, me mandou apertar o aparelhinho. Já pensou? Eu já beirando o colapso mental e ele ainda orientando a coisa mais óbvia e que tinha falhado, dando origem ao meu quase colapso mental.
Bom, agradeci mil vezes ao moço. Acalmei Morena que já dava mostras de um chorinho e saí Asa Norte adentro, apitando
como uma bandida que acabara de roubar o próprio carro.

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Balança o corpo pra lá...



Morena está adorando descobrir o balanço. Agora diz sim e não, reais, balançando a cabeça.

Em toda cadeira que senta, vai pra frente e pra trás, testando para saber se é de balanço.

Gira o pescoço e as mãos, mostrando que sabe balançar essas partes do corpo.

Entra no quarto e aponta para a rede estacionada na parede, para dizer que quer entrar nela para... adivinha... se balançar.

Eu, é claro, já estou sonhando com seu balancinho, daqueles de cavalinho. Ou não. De madeira? De plástico? De outro bicho? Ela já ganhou uma cadeira da madrinha, mas fica lá na casa dela, para os dias de visita. Também ganhou um de Flávia, daqueles de pendurar, que também é para o usufruto nos dias de visita.

Enquanto isso, vamos registrando os testes que ela anda fazendo nos balanços da vida.

Na sala de espera



Não faz muito tempo, Morena tinha prioridade no atendimento no consultório do pediatra, de tão bebezinha que era. Lembro que na primeira vez em que ela estivemos, ela tinha nove dias.

Desta última vez, mesmo bem debilitada e com febre, ela fez o que eu de certa forma, sempre temi: comportou-se como uma criança, ou seja, demonstrou que cresceu, que não é mais aquela bebezinha de antes. Andou pra lá e pra cá e sentou-se na mesinha infantil da sala de espera e brincou com os brinquedinhos, que eu visualizo como cheios de vírus e afins, de tudo quanto é criança dodói que pega neles.

Ai, ai...

Amigo não se compra, se conquista

A preocupação em como fazer amizades é antiga. A frase acima, nunca esqueci, estava numa estorinha do meu livro de português do primário.

Agora, como mãe, me pego com a preocupação de não deixar Morena sozinha, de fazê-la interagir, de colocá-la em contato com supostos amigos e, sim, já, agora, nessa idade.

Sempre convido as amigas que têm bebês ou crianças para encontros, já paguei mico tentando juntar a filhota com outros filhotes, enfim, esse assunto está na pauta e acho que na pauta da maternidade. De agora para sempre. "Diz-me com quem andas, que direi quem és" - não é isso, na adolescência?

Pois domingo passado o jornal Correio Braziliense trouxe duas matérias que abordam o tema. Acho que elas não foram pensadas para sair na mesma edição. Mas saíram e se complementam de alguma forma.

Uma delas, trazia a história de uma mãe do DF que colocou um anúncio no seu prédio, buscando amigos para o filho de menos de dois anos. Eu nem consigo discernir em como o jornal a colocou. Se ridícula ou se justa. Ou de como os leitores a julgaram. Eu, por minha vez, me identifiquei com ela que, não conseguiu ninguém que respondesse seu chamado de fazer uma turma para o filho.

É que por aqui, ao meu redor, vejo que há vários bebês, crianças, mas pouca interação. E vivo sonhando, como pisciana, muito sonhadora e pouco realizadora, em fazer algo, projetos, chamados, para juntar esse povo todo.

Povo que anda com cara de assustado, muitas vezes. Que anda com cara de solidão. Que anda com cara de querer dividir - dores e prazeres. Que anda sonhando em se juntar, mas não o faz porque esses não são tempos de junções.

A minha identificação com a mãe do jornal tem uma clivagem com a outra matéria que citei, pois ela fala do tempo em que havia turmas nas quadras de Brasília, que se reuniam embaixo dos prédios. Tempo, dá para intuir, que a matéria traz como passado.

Aliás, ja vi na tevê uma outra matéria de prédios, por seus síndicos, que proibiram as crianças de 'descer'.

Os especialistas ouvidos pelo jornal disseram que a mãe tem preocupações antecipadas ou infundadas (isso é como minha memória me faz resumir as coisas, pois não peguei o jornal para reler o texto). Dizem que, nessa idade, os bebês não precisam de turma, não tem capacidade para lidar com elas.

Também já li que nessa idade, eles ficam lado a lado, mas não juntos. Brincam sozinhos, mesmo rodeado por seus pares.

Me vi querendo colocar Morena na escolinha, dia desses, mesmo minha necessidade para isso não sendo tanta. Minha maior preocupação? Colocá-la para interagir com outros da mesma idade.

Fui franca com a coordenadora da escola e contei que não estava certa da decisão, que eu não tinha motivos reais para colocá-la na escola tão perto do final do ano. Pedi uma luz, um conselho, uma opinião.

A resposta foi definitiva na minha decisão de esperar. Ela me disse que os contatos de Morena em parques ou nas aulinhas que faz (natação, musicalização), já eram suficientes para movimentar sua vida social.

O que ela precisava mesmo mesmo por agora era da mãe por perto. Se eu pudesse fazer isso, era o melhor que podia oferecer à minha filha. E isso eu poço fazer.
Melhor que qualquer brincadeira lado a lado com alguém, penso.

Amizades ela vai conquistar. Quando estiver na hora.

Varre, varre, varre vassourinha...


Dava um frio na barriga. Mas eu adorava a cena: Morena se equilibrando ao equilibrar a vassoura numa mão e o rodo na outra, toda vez que ficava no chão, enquanto eu ou a pessoa que trabalha em casa, estava na lida.

Vendo a cena pelo skype, minha irmã Valéria sentenciou: compra a vassoura dela. Não deu outra. Em passeio pela Feira da Torre, com Gica, encontrei e comprei o utensílio doméstico.

Uso garantido.

No carrinho do supermercado





Ando em crise com os meios de locomoção para Morena. O sling já não se mostra tão efetivo e o carrinho ainda não me cativa - eu continuo tendo problemas em abrí-lo e fechá-lo. Dias desses ele foi para a lavanderia especilizada e está novinho em folha, esperando reinauguração.

Daí que no supermercado já estamos usando o carrinho (de lá) como meio de transporte. Só tem um problema - ou vários. Um deles: sempre faço um trato com ela, de que permanecerá sentada durante todo o percurso. Não dura um minuto, lógico.

Aí, a coisa vira uma loucura. É um tal de sentar menina se esgueirando para pegar uma maçã, olhando para baixo, prestes a cair puxando as revistas das gôndolas...

Ainda bem que, pelo menos no mercado, como pego a fila preferencial, sempre tenho encontrado um idoso ou uma idosa boa praça, que me ajuda na transição carrinho/braço, depois de pagar a conta. Êta!!!

Arte para bebês






Os bebês fazem.
Vi no site da Crescer que havia um video, mas não o acessei.
Sei que nas escolinhas e creches há atividades assim.
Então, por que não usar os potinhos de tinta e o avental que ganhamos de lembrança no aniversário de Bruninho?
Era um sábado desses, final de tarde. Chamei Fábio para embarcar na aventura mas ele não estava muito empolgado. Foi mesmo assim.
Descemos com as tintas, pincéis (que descobrimos depois, serem as mãos), água, folhas grandes de papel. Uma infraestrutura danada que, no final ou bem no começo, se revelou vã.
A tinta não foi para outro lugar, praticamente, que não fosse a boca da pequena artista.
Encerramos a missão mais rapidamente do que planejáramos, pois o 'não tóxico' da embalagem não nos tranquilizou de todo.

CineMaterna - Especial Dia das Crianças


Foi sábado passado, 8, gratuito, no Pier 21. Não preciso reiterar o quão difícil é agora assistir ao filme tendo que seguir Morena cinema adentro e afora. Mas Fábio foi conosco e dividiu comigo a missão 'resgatar Morena'.

Não gostei muito do filme. Complexo demais para ver enquanto se pega uma menina de 1meses da escadaria da sala de exibição. Mas às vezes nem sei qual será, antes de chegar ao cinema. Vou sempre que posso, para aproveitar o projeto e, agora, já estamos na contagem regressiva para o 'vencimento' de Morena, como dizem as organizadoras do projeto.

Ela vai vencer com uma ano e meio. Aí, então, não poderá mais assistir às sessões. Nem eu. Fica o desafio de irmos ao cinema mesmo assim.

A foto é cortesia do pessoal do www.vivieluiz.com.br

12 de outubro - Dia das Crianças





Foi ontem e bem divertido. Saímos de casa já perto da hora do almoço e fomos ao Terra Viva.

Depois, Fábio tinha escolhido o CCBB para irmos conferir a programação infantil. Lá, sentamos no Bistrô para o café e a sobremesa e encontramos amigos e seus filhotes. Morena tinha levado seus fantoches e brincou com Helena e Pedro.

Depois, assistimos à peça infantil Biliri e o Pote Vazio, que mesclava algumas técnicas, como o teatro de sombras. Muito linda a história e, no final, fizemos fotos com as flores que brotaram em todo o teatro.

Morena ficou a maior parte do tempo prestando atenção mas no final deu uma circulada, sendo resgatada pelo pai.

Dia das Crianças na musicalização







Foi hoje a festinha e, confesso, eu estava ansiosa. Adoro a aula e vínhamos ensaiando o 'Baião de Ninar' para cantar hoje, com todas as turminhas reunidas.

No fim, foi uma correria. Saí para caminhar cedinho, quando voltei restava pouco tempo para arrumar Morena, me arrumar, comprar a fruta que tinha que levar, pois pretendia fazer isso ontem e não deu, arrumar a bolsa dela, enfim, chegar lá com tudo em cima.

Bom, dei o banho dela em pé, fora da banheira, pra ficar mais rápido. Pedi à pessoa que trabalha em casa para ir arrumando a pequena (já tinha deixado tudo separado), enquanto eu tomava o meu. Pedi a Fábio para reciclar a bolsa com a qual havíamos saído ontem e para ele separar as câmeras - fotográfica e filmadora.

Saí de casa correndo, parei no supermercado e quando parei no prédio das aulas o locutor da Rádio Nacional deu as horas: Pontualmente nove. Ufa.

A aula aconteceu quase que normalmente. É que tinha bem mais gente hoje. E depois três turmas apresentaram seus números. Morena estava linda, inaugurando um dos muitos vestidos que ganhou de aniversário. Também estava interativa e participativa. Na hora mesmo do nosso número ela ficou mais tímida, quis chorar. Mas passou logo.

Depois, um lanche super gostoso, que ela adorou, pois comeu morango, uva, suco de maracujá, biscoito de bolo. Eu também, lógico. Afinal, já tinha meu crédito com a caminhada.

Depois, demos um passeio e almoçamos no Terra Viva, com o papai Fábio que foi nos encontrar por lá.