quarta-feira, 30 de junho de 2010

Sobre cantigas, cantadores e canções

O FETO, DE FATO, sente fisicamente o estado de saúde e ânimo de sua mãe. Se ela gosta de cantar, por exemplo, do ponto de vista do nenê está acontecendo uma coisa espetacular: todos os seus ruídos corporais entram em sincronia, e sua parede abdominal se torna muito macia. Consequentemente, o feto associa o canto a uma sensação de bem-estar e amplitude espacial. Após o nascimento, esse bebê provavelmente poderá ser rapidamente acalmado com cantigas de ninar e, mais tarde, se sentirá atraído pela música e pelo canto.

http://revistageo.uol.com.br/cultura-expedicoes/14/artigo176142-7.asp

Lembrei deste trecho do artigo da Revista Geo quando voltava, hoje cedo, da aula de Ioga. Ouvia a música ‘Grávido’, de Gonzaguinha, já postada aqui e comecei a chorar. Copiosamente. Era a milésima vez que a ouvia, mas a primeira reação desse tipo. Achei bonito que fosse assim e não questionei muito as razões. Só chorei. Só me deixei emocionar. É que a letra ganhou contornos novos, não sei, ou foi captada em toda a sua força e integridade ou até encontrou eco (ou eu havia encontrado eco a partir dela) no texto ‘Entre a viagem e a paisagem’, abaixo, escrito ontem.
Se dizem que Chico Buarque é o melhor cronista, entre outros temas, da alma feminina, o parir nunca foi tão bem narrado do que na música do filho de Gonzagão.
É reconfortante saber (como sugere o artigo) que Morena pode gostar de música a partir do meu gostar e da minha emoção diante desse gênero artístico. Realmente, amo a música e amo cantar, assim mesmo, em casa, no chuveiro, onde for. Sou uma cantadeira amadora. Na minha vida, tem que ter canção. O nome deste blog foi inspirado por música de Caetano Veloso, por exemplo.
E, assim, fico me perguntando qual seria a trilha musical do meu parto. A primeira coisa que me vem a mente é Susana Salles, cantando em alemão, cd que ganhei há anos do meu irmão Renan, músicas que aprendi também a cantar na época que estudava a língua e cujas notas altíssimas sempre me remetem a uma aguda contração.
Depois, ganhei de meu amigo Gicarlos uma coletânea realizada por ele com músicas para Morena, a minha, reunindo canções que falam em morenas, a de todos, a de todas as poesias, cantores e interpretações. ‘Grávido’ entrou aí, como um brinde.
Ele disse que vai continuar fazendo as seleções, pois há repertório suficiente para discos só de samba, forró, sertanejo. O que já recebi pode ser enquadrado como MPB.
É uma trilha que também estará no parto, nos momentos que o antecedem, em toda a minha vida, daqui para frente.
Ouvir tantas vezes o nome da minha filha, tantos contextos, tantos artistas, tanta beleza, foi e é sempre que a refaço, uma experiência inebriante, que me faz sentir, viver, exalar, respirar amor.
Realmente, um grande presente – além de ter vindo de tal pessoa, sei que exigiu uma dedicação a que poucos se entregariam. Mas ele, também por e com amor, é capaz disso.
A minha gratidão pela chance de experimentar emoções tão leves e profundas ao mesmo tempo – felicidade, afinal.

Aqui vai o repertório:

RELAÇÃO DE MÚSICAS DA COLEÇÃO “MORENA” (disco nº 1).

1. Chuá-Chuá (Intérprete: Teca Calazans);
2. Toada (Intérpretes: Sivuca e Rildo Hora);
3. Grávido (Intérprete: Gonzaguinha);
4. Boas Vindas (Intérprete: Caetano Veloso);
5. Cantiga Boa (Intérprete: Pádua);
6. Morena dos Olhos D’água (Intérpretes: Caetano Veloso e Chico Buarque);
7. Morena Flor (Intérpretes: Toquinho e Vinícius de Moraes);
8. Morena Linda Flor (Intérprete: Geraldo Azevedo);
9. Cravo e Canela (Intérprete: Milton Nascimento);
10. Morena do Mar (Intérprete: Maria Bethânia);
11. Amor é sede, depois de se ter bem bebido/A saudade mata a gente (Intérprete: Maria
Bethânia);
12. Drume Negrita (Intérprete: Renato Braz);
13. Coração Sonhador (Intérprete: Nilson Chaves);
14. Nove Luas (Intérprete: Mário Gil);
15. Sentimental (Intérprete: Renato Braz);
16. Lua Curiosa (Intérprete: Renato Teixeira);
17. Cantigas Populares/Poesia/A Coroa (Intérprete: Maria Bethânia);
18. Morena (Marcos Sacramento);
19. Loura ou Morena (Intérprete: Quarteto em Cy);
20. Morena, Minha Morena (Intérprete: Marcelo Barra);
21. Morena (Intérprete: Benito di Paula);
22. De quem é essa morena (Intérprete: Benito de Paula);
23. A tua presença morena (Intérprete: Caetano Veloso);
24. Minha Morena (Intérprete: Chico Pessoa);
25. Morena do Mar (Intérprete: Dorival Caymmi);
26. Morena (Intérprete: Los Hermanos);
27. Me leva, morena (Intérprete: Paulo Diniz);
28. Morena Boca de Ouro (Intérprete: Roberta Sá);
29. Tempero do Forró (Intérprete: Geraldo Azevedo).

terça-feira, 29 de junho de 2010

Abrindo presentes (não estão todos registrados - não briguem comigo)

Entre a viagem e a paisagem

Depois de estar há 34 semanas acompanhando uma paisagem, vem se aproximando o fim da viagem.
Não digo que a gravidez é um processo fácil. Tem muitas, muitas nuances. Muitos detalhes, pormenores. Temos que abdicar, abrir mão, passar por isso e aquilo.
É um tempo longo de mudanças que não se restringe inclusive a 40 semanas, mas abarca uma vida toda. No primeiro momento, as privações circunscrevem o período de amamentação, mas vão apenas mudando de foco e de nome, enquanto abrem outros universos e um mundo de liberdades até então desconhecidas.
Eu nunca preguei a maternidade. E poucas vezes me imaginei sendo mãe. Mas quando conheci Fábio e quase que imediatamente nos unimos, pareceu muito claro que seria mãe com ele, mãe de filho(s) dele e não quis lutar contra isso. Foi natural e logo aconteceu – uma primeira gravidez (um mês depois de estarmos juntos). Perdemos o bebê, mas não nos perdemos nem o rumo da nossa história.
E cá está Morena. Já chegando. Já saindo. Já olhando para nós e ouvindo de perto a voz minha que ela sentiu vibrar e reverberar em seu próprio corpo e, as vozes do mundo que ela aos poucos passou a ouvir, de uma forma ou de outra.
Não gosto de dizer que estou muito ansiosa para que venha. Nem quero me sentir assim. Quero que ela venha em seu tempo e no tempo certo. No meu caso, é importante que se antecipe à cesárea que os médicos querem fazer para evitar que cresça muito.
E o tempo que todo mundo dizia que passaria rápido, passou mesmo. É inacreditável como parece até faltar, mesmo sendo tanto. Agora, quero a prática. Não quero pensar muito em coisas que faltam, em coisas que preciso ter, em pessoas que preciso ser. Quero me organizar com o que está aí e ir, a partir do nascimento, ajustá-las.
É hora de fazer as famosas malas. Falta-me coragem para elas. Talvez estejam prontas em algum lugar da casa. Mas não aprontadas. Não agrupadas.
E o hospital? Talvez também decidido. Mas não queria hospital.
Não queria receber coisas que não conheço, que refuto, que talvez não precise. Não queria entrar em protocolos. Mas é provável que isso aconteça. Só não quero culpar ninguém. Nem a mim mesma. Tive informações. Tive opções. Tive como voltar atrás. Tive como ir para frente. Se as minhas decisões estão sendo tomadas, inclusive pela omissão de decisões, isso também é forma de decidir. E que assim seja.
Não imagino um lugar melhor para parir do que em casa. Como já disse, não compro essa briga com ninguém. Não quero pregar a respeito disso. E não suporto alguns dos argumentos que escuto porque crivados de preconceito e falta de informação.
Eu também não tenho todo o conhecimento do mundo. Apenas um que me serve e que busquei para esse momento. Há uma frase que não lembro muito e que gosto. Acho que é de Leminski e diz que o que importa não é a viagem, mas a paisagem.
Então, o que vi, o que busquei ver, o que aprendi, o que me dei ao direito de sentir e experimentar, tudo isso faz valer muito a pena.
Eu me dediquei a esta gravidez. Passei pelos momentos de fragilidade. Enfrento a doença que saiu derrubando planos.
Ainda quero muita coisa. Quero respeito aos meus quereres. E espero ter isso.
Quanto aos meus quereres para o parto, eles também serão explicitados.
Quem sabe no próximo texto?

Feijoada completa - Algum jogo (25/06) na casa da Galega

Arraiá da Morena - flashes

Mais imagens do Arraiá da Morena

O Chá de Bebê - Arraiá da Morena





Ah...o Chá de Bebê de Morena foi um belo e festivo evento.
Fugiu ao formato de um Chá tradicional (que nem sei bem como é - os que já fui ganharam os mais variados contornos)pois como anunciado, era o Arraiá da Morena.
Então, aproveitamos para fazer uma festa junina, a única que eu e Fábio efetivamente tivemos esse ano. Caprichamos na decoração (que contou com uma mega equipe de amigos para se concretizar - Valeu Gica, Giovana, Flávia e Lia), caprichamos nas comidas e bebidas - bolos, milho cozido, tapioca, canjicas doce e salgada, carne de sol, cuscuz, queijo de coalho, pipoca, paçoca, amendoim, quentão, café, chá, cerveja (também houve muitos colaboradores nessa parte). E eu estreando em bolos com receitas paraibanas vindas da minha tia Baby - é claro que não chegaram perto das dela, mas a gente vai aperfeiçoando com o tempo.
E, claro, não podia faltar um bom trio forrozeiro e os tradicionais triângulo, sanfona e zabumba para animar o salão. Eram Sivuquinha e os Compadres do Nordeste, que foram maravilhosos.
Além de dançar muito, ainda dei uma palhinha na cantoria. O pessoal aproveitou para fazer uma quadrilha - daquelas marcadas sem nenhuma regra. Mas estava uma delícia olhar os pares no passeio na roça, dançando felizes da vida, enquanto a gente cantarolava.
Os convidados foram ótimos. Aqui vai um parêntese para dizer como é difícil estimar o número de pessoas para a gente programar comida, mesas, cadeiras. Muita gente, a despeito de eu solicitar a confirmação tanto do recebimento do e-mail, quanto da presença, foi rebelde e não respondeu nada nada. Eu vou aprendendo com essas coisas e estipulando que esse é mais um comportamento que não quero ter para me tornar uma pessoa melhor (risos).
Bobagem. Há muito aprendi que as presenças é que devem ser valorizadas e não as ausências. Então, viva quem esteve por lá, quem levou sua alegria, sua amizade, quem compartilhou conosco em um momento tão feliz e importante.
Os presentes só abrimos na segunda-feira. Adoramos todos. Não vai haver nenhuma troca.
E, embora elas tenham sido alvo de tanta polêmica, ganhamos, sim, várias unidades de calça-enxuta da Fralda Bonita. Versão moderninha das antigas, de plástico, essas são de tecidos lindinhos.
É difícil, também, levar uma festa no carro. Pois o evento foi no Salão de Festas, do prédio em que mora um nosso grande amigo. E embora ele tenha descido com muitas das suas coisas, foi necessária que uma nossa mega infra-estrutura cruzasse as Asas Sul e Norte em idas e vindas.
Quando tudo acabou (inclusive nossa energia), não dava para acreditar nas coisas por arrumar. Dessa vez, entrou novamente em cena uma super equipe (Gica, Wlad, Diths e Giovana) para, além de carregar os carros, nos seguir até em casa para ajudar no descarregar.
Ai ai, foi um trabalhão. Mas a felicidade foi maior.
As pessoas deixaram belas e emocionantes mensagens para Morena que, terminaram por nos mostrar como há carinho e amor em torno de sua espera e da expectativa de sua chegada para fora da barriga.
Antes de finalizar, agradeço aos ouvidos de Renan, Valéria, Vitória - que ouviram minhas dúvidas e me ajudaram a transformar medos em decisões.
Agradeço especialmente as participações de Tatiana e Gicarlos e, ainda, dos demais que participaram dos bastidores.
Agradeço também a Fábio e felicito nossa união. Embarcamos juntos em muitas viagens nessa vida a dois. Uma delas é acreditar e investir em felicidade e em realizações possíveis, na base do tudo vale a pena. Só a alma não pode - de jeito nenhum - ser pequena. A ele, todo meu amor.
Para finalizar no clima junino, "Vem Morena pros meus braços"!

Viva Campina Grande!

34 Semanas



Que comece a contagem regressiva! Você está entrando no último mês da gravidez. A esta altura, os pulmões do bebê já estão razoavelmente desenvolvidos. Crianças nascidas com 35 semanas às vezes não precisam nem ir para o centro de tratamento intensivo, e já podem ir para o quarto com a mãe.

Fonte: http://brasil.babycenter.com/pregnancy/desenvolvimento-fetal/34-semanas

segunda-feira, 28 de junho de 2010

O terceiro trimestre

Quando a gente ainda não está nas fases anunciadas, sempre acha que passará incólume por elas. Mas não tem jeito. As previsões são quase sempre certeiras. E, assim, chegando na trigésima quarta semana, tenho sido obrigada a repetir que 'entrego os pontos'.
Bom, na verdade, na maior parte do tempo sinto-me bem. Mas há dias em que fico completamente sem energia e, então, respeito isso.
Quando estou serelepe, aproveito para sair por aí, resolver coisas e ainda ver um show, dançar, sair. Saber que são as últimas oportunidades de fazê-lo sem ter que cuidar de outra pessoa me dá uma certa sensação de urgência. No entanto, sei que tudo são fases, que tudo muda e, enfim, curtirei outras coisas e essas mesmas coisas com a chegada de Morena também. Tudo ao seu tempo.
O primeiro incômodo dessas últimas semanas de gestação veio com a dificuldade de me ensaboar. É estranho não poder alcançar o pé. Mas isso foi logo resolvido com a colocação de um banquinho no box. Assim, dobro a perna, me apoio e consigo tomar um bom banho.
Na hora de dormir o que comumente acontece é que Morena fica se mexendo quando deito de lado, como é recomendado. Ela mexe numa ponta e na outra da barriga, tranversalmente e, eu penso que é reclamando da posição, que estou esmagando a menina. Enfim, dá um certo desespero e só acalmo quando adormeço. Antes disso é um troca-troca danado. Fico revezando entre deitar de costas, do lado direito e do esquerdo. Reclamo, falo, me mexo, levanto para fazer xixi. Fábio também recebe as consequências disso e acho que também entrou em treinamento para acordar durante a noite e cuidar de um bebê.
Uma amiga lembrou que o conselho que nos dão para aproveitar para dormir muito é um pouco vão porque, como um treinamento, nosso sono já é entrecortado e de pouca qualidade desde já. Concordo com ela.
Outra coisa que me aconteceu foi uma dor na pelve, na púbis - não sei explicar, nem nomear. Sei que é forte e me imobiliza muitas vezes. Com ela, perdi um pouco a mobilidade e sempre faço meus movimentos de andar, mudar de posição, sentar, levantar, acompanhados por um 'ai', agora.
A nutróloga insistiu muito para que eu voltasse a caminhar nessa fase final já que estou ficando mais lenta, com metabolismo diferente. E, assim, as caminhadas tem acentuado a dor e também elas,as próprias caminhadas, se tornam um pouco torturantes. O útero parece que adivinha e quando eu coloco o pé na porta para sair, já tenho a barriga dura e pesada. A parte boa é que tenho conseguido fazer o percurso de entre 30 e 40 minutos sem sentir vontade de fazer xixi.
Bom, na volta para casa a sensação é boa. Aproveito para fazer umas atividades com a bola e, assim, fico em paz com a consciência e, tomara, com o corpo.
A causa é nobre.

terça-feira, 22 de junho de 2010

Trigésima terceira semana



O bebê provavelmente está posicionado de cabeça para baixo no útero — embora ainda possa mudar de posição --, e os ossos do crânio dele ainda são flexíveis, para facilitar a passagem pelo canal de parto. As contrações de treinamento começam a ficar mais perceptíveis, mas ainda são irregulares.

Fonte: http://brasil.babycenter.com/pregnancy/desenvolvimento-fetal/33-semanas

segunda-feira, 21 de junho de 2010

Descreva a dor em uma palavra

Este foi o convite que recebi no último encontro do Ishtar.
Respondi: Sofrimento.
Mas se ao pedido fosse acrescentada a palavra parto, se o pedido fosse para descrever a dor do parto em uma palavra, eu diria: MISTÉRIO.
Que será isso? Que transformação é essa que acontece em um corpo, em um útero que aguenta tanto por tanto tempo e, de repente, diz que não, que não quer mais um bebê dentro, porque ele está 'maduro' e pronto para sair. E se não for naquela hora, entre tantas horas, tudo pode ir por água abaixo e os nove meses serem perdidos em um titubeio, uma espera a mais, uma crença, um querer.
Depois de nove meses de espera, a urgência. Depois de guardar tanto um alguém no escuro, chega a vez de dar-lhe a luz ou dar-lhe à luz.
E para isso, a dor.
A dor gritada. A dor mordida. A dor que puxa cabelo. A dor que desnorteia. A dor que não respeita e nem é respeitada.
A dor que tantos se empenham em descrever, em decifrar, antecipar, mas que só se dá a conhecer naquele momento. Único, que pode nem se repetir, que é tão intenso, que exige entrega e, dizem, uma viagem astral.
A dor que minha doula prefere deixar claro que é a contração e que causa desconforto. Assim, sai a palavra dor.
E se um livro que li se chama 'Parto sem dor' outro "Parto Ativo" não prescinde da dor para que o parto seja verdadeiro, aconteça de fato.
E a dúvida: é possível um parto sem dor?
O que é a dor do parto?
Como vivê-la?
Como antecipá-la?
Como se preparar para ela?
Como estar civilizada para recebê-la e não ser minada por ela?
São tantas as perguntas. São tantos olhos curiosos. São tantas explicações que não dão conta de explicar.
Tudo é único, é ímpar, é individual.
O certo é que a mulher foi feita para parir. Não é isso? O que provaria que a dor do parto não foi feita para matar. Mas para transformar, como falaram. Para ser transcendida.
Para que toquemos e vejamos pela primeira vez o ser que saiu de nossas entranhas e composto por nós, nada além de nós. Cria da nossa costela.
Dor do parto.
Que seja você contração.
Que seja você desconforto.
Que seja você transformação.
Que transcenda eu, por seu intermédio, e acorde em duas.
Eu e outra.
Eu e uma pessoa nova chamada Morena.

Sobre o encontro do Ishtar em 19/06, acesse:
http://ishtarbrasilia.blogspot.com/2010/06/fotos-do-encontro-19062010.html

Tirando dúvidas sobre o Chá de Bebê

As pessoas estão perguntando se optamos, de verdade, por fraldas de pano no lugar das descartáveis.

A resposta é: Sim, optamos!

Se vamos nos adaptar, se será possível, se vamos ver o que é bom pra tosse, enfim, o tempo dirá. E não nos sentimos blindados quanto ao fato de não dar certo, de não nos adaptarmos, de voltar atrás. É uma tentativa que vem ao encontro de coisas que queremos e pensamos e vamos colocar a mão na água para ver se está quente ou fria. É simples assim. É como tantas coisas da vida.

Na verdade, vamos usar os dois tipos de fralda - de acordo com a ocasião. Em casa, poderemos colocar um paninho na bebê. Para passear, vai uma descartável. Só que, nesse caso, a opção foi não fazer um Chá de Fralda, mas um tradicional e antigo Chá de Bebê, em que se pede mil pequenas utilidades e coisas que ainda faltam no enxoval.
Vamos comprar as descartáveis na medida em que precisarmos delas, faremos testes, teremos como optar por uma outra marca ou modelo, sentiremos como a pele dela se adaptará aos materiais. E, o principal, não teremos que pensar o que fazer ou onde guardar dezenas de pacotes de fraldas. Nosso espaço - que nem conhecemos ainda - não será tão grande assim.

Assim, já fizemos um estoque das fraldas de pano normal e pedimos no Chá, as da Fralda Bonita. Quem quiser optar por este presente, encomenda e nos entrega quando chegar. Ou pode solicitar nosso endereço. Morena ainda demora um pouco para vir para o lado de fora da barriga e vai dar tempo, sim. E duas amigas me deram a dica: a Fralda Bonita pode ser encontrada em ambiente real na Asa Norte, no Era Meu, Agora é seu (CLN 112 - Bl. C - Lj 64). A página de lá é www.erameuagoraeseu.com.br

Na loja onde deixamos a lista de presentes - foi assim pois não quisemos nomear nem fazer escolhas - você me dá isso, você, aquilo - as pessoas podem encontrar opções de vários preços - desde quase centavos até centenas. É para todos os bolsos, para todas as vontades, para todos os desejos. E para incentivar todas as presenças e impedir qualquer ausência.

O momento é, antes de tudo, encarado por nós como festa, encontro, despedida de uma fase, de um ciclo, de uma certa forma de viver as amizades. É um rito de passagem para a consolidação de uma família, uma nova família.

Há presentes, sugeridos em links, que são na verdade opções um pouco mais caras, vamos dizer assim, para presentes coletivos ou para quem estava com vontade de participar dessa forma e me pediu sugestões.

O fato de a lista da loja não estar exposta e precisar mesmo de uma visitinha lá não é opção minha. É falta do uso da tecnologia por parte dos comerciantes. A loja também foi escolhida por ser acessível em todos os sentidos. Com um pouquinho de dedicação, vai haver tempo de se fazer a escolha. E garanto que é gostoso entrar em universo tão miúdo e pensar como agradar um serzinho ainda tão guardado e aguardado.

Quanto aos outros links foi uma questão de pressa mesmo. Queria mandar logo os convites, estava contando com a ajuda de uma amiga para fazer a arte do convite e estávamos aproveitando as brechas de tempo para tudo dar certo. Assim, com um pouco de ansiedade, marquei ali os links (acho que nem todos abrem e talvez precisem de um 'copia e cola' para funcionar). Mas eles se referem a uma banheira com pedestal e trocador, à coleção Baby Einstein de cds musicais, às fraldas/calça enxuta, a uma bolsinha de bebê tipo mochila, a um berço desmontável, a uma cadeira de alimentação e não lembro mais o quê.

Mas o principal não está aí. "O essencial é invisível aos olhos".

Esperamos todos. De coração!

sexta-feira, 18 de junho de 2010

Opções de presentes para Chá de Bebê de Morena

Deixamos uma lista na Infantile – W3 Sul – 510 Bl. B Loja 19/23 (61) 3244 – 0504 – Procurar por Maria e mencionar Chá de Bebê de Morena.

Mas há outras opções que podem ser inspiradas pelos produtos dos endereços abaixo e pela criatividade e querer de cada convidado. No lugar de fraldas descartáveis, optamos pelas de tecido que podem ser solicitadas no www.fraldabonita.com.br.

Esperamos por todos!


Outras opções de presentes nesses endereços ( se não der para abrir como link, experimente o 'copia e cola':

Babá Eletrônica Sons e Luzes - Fisher Price
http://www.americanas.com.br/AcomProd/594/3059991

Banheira Ipanema - Branco - Burigotto

http://www.americanas.com.br/AcomProd/594/639603

Berço Mala - Azul c/ Laranja - Angel Baby

http://www.americanas.com.br/AcomLine/594/14025

CADEIRINHA DE MESA QUICK ADJUST - MIRO - CHICCO
http://www.toymania.com.br/site/prod-detail.cfm?IDprod=03069958&AffiliateID=7548

Coleção completa Baby Einstein
http://www.lojadobebe.com.br/bebe/lazer/DVDs-educacionais/Baby-Einstein/produtos.asp?codigo=2500001010200

http://www.fraldabonita.com.br/modelos.htm (tamanhos P, M, G – modelos variados)

KIT BOLSA SPORT C/ 2 TAMPAS
http://www.mundopetit.com.br/Loja/kitbolsasportc2tampas,product,ACBO0036,5015.aspx (São Paulo ou Shopping Iguatemi – BsB)

Peças avulsas para compor kit de berço
http://www.mundopetit.com.br/Loja/capaprotetorbercocorine3pcs,product,ECPB0006,5004.aspx (kit de berço com a estampa desse link)

Colocando o papo em dia!

Tenho andado meio preguiçosa na atualização do blog. E no tudo o mais.
Agora estou pensando quais foram os últimos acontecimentos para relatar por aqui.
Vou começar pelo item ‘saúde’.
Bom, minhas consultas já estão sendo quinzenais. E, semanalmente, faço exames para acompanhar o desenvolvimento de Morena – em uma, ecografia, em outra, o perfil biofísico fetal.
Tem que ser assim por causa da diabetes, que também tenho conseguido controlar. Ao perfil biofísico fetal é atribuída uma nota (mais uma). No exame realizado ontem, o primeiro desse tipo, a nota foi 10. Fiquei feliz, lógico, e esperançosa de que continue assim e a tal cesárea vá se tornando desnecessária e adiada até que Morena simplesmente aponte que está querendo vir para o lado de cá do mundo.
Na ecografia da semana passada também estava tudo certo. A pequenita estava com 1.891 kg e 39,9 cm e ainda na curva normal de crescimento, apesar da indicação de um ritmo mais acelerado.
Voltei, para acompanhamento, à nutróloga e tinha emagrecido, a barriga perdido 2,5 cm e, apesar das fomes que passei, ela ficou muito feliz com a resposta.
Comecei a tomar cápsulas de óleo de prímula para afinar o colo de útero e, quem sabe, facilitar o parto.
Enquanto a minha fisioterapeuta doula está viajando estou tendo duas aulas de ioga por semana – cada vez mais puxadas. E hoje tive umas crises de tontura e nem pude terminar a seqüência. Não entendi a razão da tontura, já que eu tinha me alimentado, medido a glicose, enfim. Espero que tenha sido só hoje porque a preparação física tem que continuar e gosto de sentir os alongamentos, os músculos indicando trabalho, o corpo se movimentando.
Ontem eu passei o dia mais deitada mesmo. Sem muita energia. Mas não é sempre assim. Então, quando estou bem, aproveito para fazer mil coisas. Quando preciso da cama, respeito essa necessidade e é lá que eu fico.
É que vinha de um ritmo puxado. No jogo da terça, chegamos no aeroporto de Brasília já às 14h e foi uma correria – trazíamos muita bagagem (coisas de Morena, como o berço comprando em Sampa e a cadeirinha de carro e outras coisas enviadas pelas tias da Suíça e que estavam esperando o resgate).
Foi só o tempo da produção verde&amarela e correr para o Tartaruga Lanches. O jogo já tinha começado e tava todo mundo em seus lugares. Foi um pouco constrangedor, mas ninguém brigou conosco. Já a nossa turma, por falta de gols para gritar, gritou por causa da nossa chegada e, claro, todo mundo olhou para nós. Depois, muito samba bom. Na quarta, show de Paulinho da Viola e Monarco (maravilhosos), na Feira de Agricultura Familiar. Então, acho que eu precisava mesmo de descanso.
Depois da trégua, a continuidade. Mais tarde tem feira sim, senhor! Queremos ir mais cedo para poder dar uma passeada antes dos shows. Até lá!

quinta-feira, 10 de junho de 2010

Dedicada de Gicarlos a Fábio - pura poesia

Grávido
Gonzaguinha



Grávido...
Porque será que um homem não pode?
querer estar estando sempre ávido
por entender em si a semente
que ele vê na barriga
daquela rapariga
que passa em estado interessante
interessante
nove luas nove meses
tantas transformações
muda a pele tudo muda
tudo vale para ter o fruto
e de repente rebento
abrir a porta a dar a luz
o choro a chama da nossa vida
reluz, atrai, seduz

Ô Mãe como seria ter um filho?
saber passo a passo da relação
à alegria do parto
cuidado pela fêmea
que a todo nós segura
engravidado por ela
na relação da paixão mais pura
Mãe como seria ter o filho?...

No Brasil estar doente, além de desagradável, pode ser muito perigoso

Sempre mantive o hábito de usar bolsas grandes.
Na hora de viajar elas costumam pesar mais que as malas (exagero). Mas é quase isso. Tudo que eu ia esquecendo, tudo que é mais frágil, tudo que acho que vou precisar no avião, entra na bolsa que fica estufada e pesada.
Hoje não foi diferente. Aeroporto de Brasília com destino a São Paulo. Coloco o que estava em mãos para passar na esteira (sempre me certifico de que nada do que ficou no corpo vai apitar - porque apitou na Suíça e a experiência não foi boa. Ter que ir me despindo em língua estrangeira...)
Nada apitou. Mas a moça avisou: "É sua a bolsa? Vou passar de novo".
Passando de novo, ela resolveu chamar os homens de preto.
Eles chegaram, me olharam reiteradamente, me perguntaram por duas vezes se estava só ou acompanhada, olharam ao meu redor enquanto perguntavam isso e, quiseram saber também, se aquela bagagem era minha. Eu disse que não era bagagem, era uma bolsa. Será que tem diferença num contexto de aeroporto? Mas foi a única coisa que me ocorreu dizer naquela hora.
Depois, eles me levaram para uma 'sala de inspeção', onde só havia uma mesa com uma caixa de luvas cirúrgicas em cima.
Enquanto abriam tudo, folheavam cada caderneta, remexiam em cada bolsinha de baton, olhavam minhas comidas diabéticas e meus exames e requisições, eu ligava para Fábio, chorando,lógico.
Eles me fizeram entrar na sala de novo (pois havia saído para telefonar mas continuava vendo a ação do vidro espelhado) e também me viram chorando - o que eu estava tentando evitar.
Fábio perguntou a razão da abordagem e eu disse que não havia sido comunicada sobre ela. Acho que eles entenderam a que me referia pois disseram: "É um procedimento de segurança".
Eu chorava mais. O moço perguntava se eu estava passando mal e me oferecia uma cadeira, enquanto Fábio me perguntava se eu achava que tinha sido vítima de preconceito.
Sinceramente, não sei. Não fui tratada com grosseria. Por outro lado,não houve delicadezas. Mas fiquei pensando que devia estar parecendo uma 'mula', ainda mais propensa a passar despercebida pela gravidez - ou suposta para eles.
Eles me liberaram e eu entrei no avião (fui uma das últimas) em prantos. Odeio chorar quando minha reação devia ser outra.
Uma vez acomodada atinei que o objeto não identificado ou identificado como suspeito na minha bolsa podia ser o kit do aparelho para medir a glicose. Tive ainda mais medo. Outro dia o aposentado foi baleado pelo segurança do banco porque usava um marca-passo.
No Brasil estar doente, além de desagradável, pode ser muito perigoso.

terça-feira, 8 de junho de 2010

31 Semanas



Desenvolvimento fetal:

Os braços, as pernas e o corpo todo do bebê continuam sendo recheados de tecido adiposo -- e finalmente os membros são proporcionais em relação ao tamanho da cabeça. Ele pesa cerca de 1,5 quilo e já se parece mais com um recém-nascido. O comprimento total é de 41 centímetros.



Fonte:
http://brasil.babycenter.com/pregnancy/desenvolvimento-fetal/31-semanas

segunda-feira, 7 de junho de 2010

Desdobramentos diabéticos

Emagreci. Oficialmente 1kg entre uma consulta e outra (intervalo de quase um mês). Nas minhas contas uns três quilos. Se isso é bom?
Sim, para a médica e para Morena. Pois significa que eu consegui evitar algumas coisas mais ‘engordativas’ e me manter na dieta que pode afastar riscos maiores para a minha condição de diabética.
Mas andei sofrendo. Mesmo. Andei sentindo fome. Andei com a barriga literalmente roncando.
A nutróloga me receitou uma dieta de 1.600 calorias. Segui-la me trouxe impaciência, tristeza, desejos, fome. Acompanhar o nível de açúcar no sangue com o glicosímetro, por outro lado, me trouxe contentamento. E esse era o objetivo. Os índices estão controlados, o que não deixa de ser uma vitória.
Agora já consigo burlar um pouco a dieta. Já aprendi, também, que não devo ficar com fome. Mas ir acrescentando coisas possíveis quando for tomada por ela.
Assim, me acalmei um pouco e já consigo pular as coisas proibidas sem tanta revolta. Os planos para o pós-parto, no entanto, só aumentam. Todo dia acrescento algo à lista do que vou querer comer imediatamente, muito, com fúria, com ganas. O primeiro item são os mini-churros do Fran’s Café. Tem um crepe com porção extra de chocolate. Tem torta de banana. Tem cachorro-quente. Tem lasanha. Nossa, quero muito comer sem restrições.
Mas a médica já advertiu que as restrições são para a vida toda – para prorrogar a chegada da condição perene de diabética. Indicação dada por esta gestacional.
Ela também recomendou que eu ‘virasse atleta’. E desde já, agregando à ioga e ao pilates, as caminhadas diárias. Mas não gosto mais de caminhar carregando uma barriga de 30 semanas. As contrações de ensaio ou de Braxton Hicks surgem toda hora e me sinto ainda mais pesada. A vontade de fazer xixi também é mais freqüente. Sem contar com o frio matinal. São desculpas, eu sei. Vou tentar passar por elas também para poder dar mais esse reforço às medidas preventivas de algo pior.
A partir de agora as consultas serão quinzenais e vou ter que monitorar semanalmente a minha Morena, por meio de perfil biofísico fetal e de ecografia. Precisamos acompanhar também o crescimento dela e garantir que não fique muito grande. Para evitar esse crescimento não saudável, já fui informada de que devo fazer cesárea entre a 37 e 39 semana. Isso, sim, foi um grande choque. Pois quando andei me preparando para o parto natural sabia que como dizem ‘parto bom é o que você consegue ter’. Mas a decepção desta mudança que sempre me achei preparada para evitar, veio. Veio com lágrimas. Veio forte.
Sei que muitas pessoas não aceitariam ouvir isso, que iriam em frente – há relatos até de parto domiciliar com mãe diabética. Mas eu não iria tão longe. Conheci uma pessoa que teve que ir parir em São Paulo – foi o único lugar onde ela conseguiu alguém que quisesse esperar os sinais de trabalho de parto e a tentativa de um parto natural antes da cirurgia. Só dessa forma ela conseguiu.
O que tenho tentado fazer é ouvir uma segunda opinião. Mas como está difícil. Só encontro horários para consultas para muito depois do que poderia esperar sem que minha filha nascesse, de um jeito ou de outro.
Como já disse, sigo tentando.

sexta-feira, 4 de junho de 2010

És um senhor tão bonito quanto a cara do meu filho, tempo tempo tempo tempo

Momentos familiares em São Paulo

Encontro do Ishtar – Eu fui

Bom, já era para ter feito esse relato.
Mas andei envolvida demais com o jornalismo e deixei a literatura que exercito por aqui um pouco de lado.
No dia 22 de maio, depois de uma manhã de sábado de consultórios médicos – ecografia e consulta na endocrinologista, fui ao Encontro do Ishtar, no Parque Olhos D’Água. Fábio estava viajando e fiz esse périplo sozinha.
Estou dando um tom de evento porque eu tinha programado muitas idas já – desde janeiro, quando ocorreu o primeiro encontro após a minha descoberta da existência do grupo.
Um medo do desconhecido, do interagir com desconhecidos e sei lá mais o quê, o fato de os encontros estarem sendo realizadas em Águas Claras antes e, portanto, bem mais longe de mim, tudo isso contribuiu para as minhas não idas. Ah, viajei também em alguma ou algumas delas.
Não gosto de marcar coisas com antecedência, nem dizer que vou para os lugares porque coincide, nesses casos, de acontecer algo objetivo ou subjetivo para me impedir.
Mas para minha própria surpresa, tudo foi se encaminhando em mim para que eu, tranquilamente chegasse lá, pontualmente.
Encontrei Sylvana (organizadora local – uma das) e família que me receberam super bem. Depois, as pessoas foram chegando. Umas se conheciam – trocavam cumprimentos. Outras não. Como eu. Não conhecia ninguém mais. Nem troquei cumprimentos com ninguém porque ninguém parecia muito interessado nisso, incluindo eu. Começos são assim, pensei. Embaraçosos, corporativistas. Mas o fato é que nem esse estranhamento me fez me sentir estranha, o que eu ia estranhando, pois não é exatamente do meu temperamento achar tudo isso normal.
Sentei, olhei as mulheres, suas barrigas, se estavam gordas, magras, bonitas, elegantes, estilosas, se estavam com edemas. Fui fazendo meus “estudos”, como gosto de brincar, meu exercício de observação.
A conversa sobre fisiologia do parto era com a pessoa que eu e minha doula estávamos tentando achar para ver se ela topava fazer meu parto domiciliar, a parteira Paloma Terra. Mas eu não me toquei disso, no início. E quando a ficha caiu também não fiz nada em função de reforçar esse contato. Ainda estava atordoada pela informação de que deveria deixar de lado a idéia do PD por estar diabética.
Gostei dela, do que falou, do que todos falaram. Não detectei nada que pudesse ser alvo de meu desacordo ou de críticas negativas. Foi muito boa a reunião, foi muito bom ter participado, a conversa proposta foi completamente produtiva e leve.
Senti falta, no entanto, da unidade que vejo acontecer na troca de e-mails do grupo. Percebo que em Recife e em Belém há um entrosamento, uma amizade, uma sintonia entre as participantes que estava longe de parecer com aquele clima da reunião daqui.
Não sei o que ocorre lá e, na verdade, nem o que ocorre aqui. Muitas estavam indo pela primeira vez, como eu, e talvez nunca voltem. Desse jeito não há como transformar uma conversa em um grupo. Mas pode ser que entre algumas, as que persistem e participam de verdade, já seja esse o clima e eu que não saiba.
Sempre encontrei em Sylvana muito acolhimento e até paciência para escrever longas mensagens no sentido de me ajudar a encontrar algumas respostas. E sei que ela tem isso a oferecer a todas. E que esse é o espírito do grupo.
Mas ali, naquele momento, foi o único dilema que me ocorreu. O resto foi pura tranqüilidade e uma ótima tarde de troca e aprendizado.

Para saber como foi a reunião, acesse http://ishtarbrasilia.blogspot.com/

A fogueirinha é lanterna de laser


Mês de junho.
Quem bem me conhece sabe o quanto esse tempo, de festas juninas, mexe comigo e faz parte visceralmente de mim, da minha cultura, da minha alma, festeira, nordestina, paraibana, campinense. Da minha alma de filha de Maria Barbosa, a mulher que sempre fez da nossa casa uma verdadeira festa junina e do nosso 23 de junho, pura festa e alegria. E sem esquecer nossos queridos Antônio e Pedro, santos também comemorados. E sem esquecer, também, do milho verdinho quebrado ali no nosso terreno e assado em pequenos e disputados fogareiros.
Hoje, como lembrou meu irmão Robson, em texto de anos anteriores sobre essa temática, “a fogueirinha é lanterna de laser. Ilumina os festejos do meu coração” (Chico César).
E como canta um forró muito gostoso, “tudo mudado, tudo mudou”. Estou em Brasília, com festas regadas a música sertaneja. Restam, portanto, dando um tom mais autêntico e mais parecido com o que trago no coração, as festas das igrejas.
Mas a minha maior diversão nelas, era mesmo comer. Esse ano não posso liberar esse desejo e nem matar essas vontades. Estou diabética. Estou de dieta. O permitido está muito aquém do que querido.
Mas o que quero muito também é que Fábio e Morena e nossa família, que possamos estar juntos lá, ano que vem. Esse ano ainda pensei, ainda quis. Mas minha barriguinha aponta sempre é para uma boa cama ou, nos últimos dias para o computador e o trabalho. Ou seja, essa viagem não seria possível.
Fico aqui com minha nostalgia, minhas lembranças e meu distanciamento lá do que realmente acontece na terra do ‘Maior São João do Mundo’.
Hoje passou matéria no Jornal Hoje. Fábio me chamou para ver. Não fui.
Fico aqui com minha nostalgia e minhas lembranças.