domingo, 23 de maio de 2010

O Chá de Bebê que passou, na Paraíba, e o que virá, em Brasília


O chá de bebê

Alguns já sabem que esperava que o primeiro Chá de Bebê de Morena, que aconteceu em João Pessoa, no dia 14, fosse o desabrochar do enxoval da pequena. E assim aconteceu. Viva!

O evento teve algumas madrinhas – Valéria, Iza e Magdala (Marriage Recepções). Eu e Fábio fomos convidados como os outros e, ao chegarmos lá, nos surpreendemos com a produção – decoração, buffet, bolos e doces – cupcakes by Valéria e docinhos by Larissa, minha sobrinha que, aos poucos, está se consolidando no ramo.

Bom, os convidados também foram ótimos, pois alguns em nem conhecia – eram os amigos das meninas. Outros, pessoas da família. As quatro pessoas que, efetivamente convidei, não foram. O que relativiza, então, o conceito de amizade e a importância de se conhecer ou não os convidados do Chá de Bebê de sua filha. Brincadeira. Meus convidados não moravam em JP e, infelizmente, não puderam comparecer.

Fiquei encantada com os presentes que ela ganhou e eles vão cumprir com meu objetivo de pular a fase RN. Na minha experiência virtual de mãe, acho que não precisamos mais, por exemplo, de roupas para esse primeiro momento.

Ela, Morena, será uma menina rosa/lilás. Valéria tinha perguntado a cor de preferência. Eu pensei que era para a decoração. Mas era para deixar na loja como sugestão. Então, nada fugiu desse binômio. É a hora mesmo. Depois, a gente vai inserindo o arco-íris na vida dela.

Agora, estamos nos preparativos para o Chá de Bebê em Brasília. Optamos por pedir as fraldas nele, pois seria inviável trazer uma carga assim da Paraíba. Mas como iremos usar fraldas de pano não pediremos só isso. Não queremos que o lugar para acomodar os pacotes se transforme em problema também. Vamos sugerir pequenos objetos como tesourinha, kit de escovação, coisas assim.

A equipe de produção já se apresentou. Dessa vez, encabeçada por Gicarlos, que sugeriu o salão de festas do seu prédio para acomodar o evento. A data não está confirmada. Mas deve ser ainda na primeira quinzena de junho.

Espero que, dessa vez, meus convidados não faltem!

Sobre o Dia das Mães - o primeiro!



Comemoramos o Dia das Mães. Ou alguém acha que ainda não era hora de fazer isso?

Bom, Morena não está do lado de cá. Mas está do lado de dentro. E este lado é tão ou mais importante do que qualquer outro. Estando aqui ela me faz verdadeiramente mãe. Após sua saída, minha filha jamais estará tão próxima, tão dentro, tão minha como agora. Deve ser isso que faz dessa experiência algo tão misterioso, intenso, divino.

Foi uma forma de viver essa data. Não só por eu fazer parte do universo homenageado. Mas por entender esse universo de uma forma que nunca acontecera – com respeito e não vinculando a data a uma convenção, a uma artimanha comercial para aquecer o mundo capitalista.

Ser mãe merece mesmo ser comemorado – concluí. E fiquei feliz com isso. Recebi mensagens, e-mails, cartões carinhosos de minhas irmãs. Ganhei presentes, flores, rosas. Abrimos a casa para amigos. Fábio preparou o almoço e arrumamos com carinho a mesa de petiscos. Aliás, adoramos fazer isso – receber e encher nossos convidados de mimos e amor. Espero que esses sentimentos estejam sempre visíveis.

Tivemos uma bela tarde e um especial e feliz Dia das Mães.

A história da 'etes'

No meu pré-natal ouvi muito a médica dizer que lutávamos contra a sombra da diabetes gestacional que, poderia aparecer um pouco mais à frente.Havia fatores de risco como a minha mãe ser diabética e minha irmã Vitória ter tido barrigas enormes e bebês grandões. Nem sabia que outra irmã, Vânia, tinha tido o problema por duas vezes e nem lembrava que meu avô paterno também fora diabético.

Eu até consegui internalizar os conselhos e, mesmo ouvindo anjo e diabinho por cima do ombro, não me furtei a comer os chocolates que meu corpo pedia – bem mais do que o consumo anterior à gravidez.

Também fiquei adepta do que chamo ‘comida de criança’: massa, estrogonofe, lasanha, bolos, biscoitos - guloseimas. Mas nunca achei estar extrapolando, principalmente por meu peso ter se mantido absolutamente dentro dos padrões do 1 kg a mais por mês.

Eis que na vigésima quarta semana chega a hora, então, do exame de praxe que mediria a curva glicêmica. Aliás, uma péssima experiência, como já narrei. E vem o primeiro susto: intolerância à glicose. Também já contei que não consegui de imediato a avaliação médica para o exame e passamos alguns dias criando diagnóstico e alimentando ‘macaquinhos no sótao’ em relação às taxas apresentadas.

Mas era isso mesmo. Uma intolerância que devia ser respeitada com mais cautela na alimentação e checada com um exame mais completo em que a curva foi medida por três horas e seis coletas de sangue. A parte boa é que houve apenas a ingestão de glicose por via oral uma vez só.

Também essa só consegui que fosse feita alguns dias depois de entregue o resultado. Otimista, achei que não estava fazendo uma leitura correta dos valores. Realista, vi que eles apontavam para o pior e, arrependida, parei de comer quase tudo, chegando a emagrecer dois quilos em poucos dias.

Quando tive a confirmação da médica estava em viagem – essa MG/PB. E não pude me deter em detalhes de como me portar. Só sabia que devia evitar a clássica dobradinha doces/massas. O que julguei conseguir até chegar até chegar a João Pessoa, porque não me contive diante das delícias que vi por lá.

Algumas vezes passei mal além do calor. O coração disparado. O desfalecimento. E passei a ser torturada pelo fato de não saber o que acontecia ao meu corpo. Ouvia a médica dizendo, entre outras coisas que, em caso de diabetes gestacional, poderia acontecer morte fetal.

E passei a não me perdoar de antemão. Morte fetal? Por causa da minha inabilidade em comer? Maldita comida – pensava. É muito triste o diagnóstico de diabetes. Não chorei como me contou que fez uma leitora amiga. Mas questionei profundamente nossa relação com a alimentação e, a minha própria relação, nos últimos meses. Maldisse cada chocolate, cada sobremesa, cada pão ingeridos.

A história da 'etes' – Parte II

Também passei por uma fase de tentar culpar a médica. Ora, se realmente a alimentação poderia evitar um problema como esse, eu deveria ter sido melhor advertida. Aceitaria até terrorismo, chantagem, ameaça. Aceitaria, sobretudo, a sugestão, no princípio do princípio, de ter procurado o acompanhamento de uma nutricionista.

Fábio lembrou do texto dela em todas as consultas. As advertências. E fui obrigada a concordar que, conselho houve e, mesmo não sendo de graça, eu não os ouvi, nem segui. Mais uma vez, nem culpas nem culpados. Só escolhas.

Duas semanas após o diagnóstico consegui ser consultada por uma especialista. Ainda esperava que ela titubeasse, que me mandasse repetir o exame. Mas ela só corroborou com o resultado. Indicou que eu procurasse uma nutricionista. Enquanto isso, aconselhou o abandono da clássica dupla (sempre ela) massas/doces. Sugeriu que as brancas fossem trocadas pelas integrais. E outros pormenores.

E, o mais importante, recomendou a compra do ‘glicosomêtro’ e o acompanhamento dos níveis de açúcar de dois em dois em algum dos três momentos do dia: jejum, duas horas após almoço e ao deitar.

Isso sim foi importante para eu não me sentir entregue à própria sorte, sem saber como se comporta o pâncreas e essas células que não conseguem lidar mais com a glicose (estudando sobre).

É que no evento em que trabalhei passei pela medição por duas vezes e as taxas estavam altas. Mas se eu estava ‘regimando’, o que mais fazer? Desespero. Desespero. Comecei a entrar naquela paranóia de querer que a minha filha mexesse a todo momento e a interpretar cada descanso seu como a possível e maldita ‘morte fetal’. Isola.

Bom, na endocrinologista também tive a notícia de que a tireóide apresentou taxas incompatíveis com a gravidez. Vou repetir o exame e, se também se repetir o resultado, terei, segundo ela, que tomar um comprimido. Sem ele, o desenvolvimento da bebê fica comprometido. E volta a frase da amiga: Você não está parecendo grávida. Está parecendo uma doente.

Tudo bem, tudo bem. Não vou entrar numas de que ‘por que comigo?’. E, como digo em outro texto, como não sou outra coisa, não refuto a alopatia que me ronda oferecendo ajuda (?).

Entendi apenas a complexidade contida em fabricar gente. A matéria-prima somos nós mesmas. Não o barro. Mas nossa carne, nosso sangue e seus componentes. Nisso não há soma. Só subtração. Divisão. A soma está apenas no amor que nos permite ser subtraídas na maior felicidade e generosidade possíveis. Sem cobranças.

A mais triste das tristezas de se estar diabética é o comprometimento dos meus planos de parto. Mas sobre isso ainda não tenho certezas. Só palpites. Continuo seguindo. Continuo...

sábado, 22 de maio de 2010

Sobre 'ites' e 'etes'

Agora, já faz uma semana que voltei da Paraíba.
Como falava abaixo sobre como foi difícil respirar em João Pessoa, retomo aqui, dizendo que voltei doente. Antes, é bom que se diga, estive em Minas Gerais, onde fez muito, muito frio. Depois, o sol do Nordeste. A mistura foi bombástica e me trouxe também a mais dolorosa das crises da dupla sinusite/bronquite dos últimos anos. Sim, ela me acompanha desde a infância e se tornou não periódica como era, mas esporádica, depois que vim para Brasília.
Dessa vez, tomou meu corpo de um jeito que não acreditei na debilidade que me possuiu. Acho que fiquei pesando duas mil toneladas – cada passo era uma dificuldade. O rosto, os seios da face doíam, uma tosse que me levava quase ao vômito.
Foi duro. Foi duro principalmente porque nos dois dias seguintes à chegada, tive que trabalhar. Fazer a cobertura de um evento. Por mil vezes estive a ponto de desistir –mas não podia. Não pude. Rezando muitas vezes em silêncio, consegui ir até o fim, sem que o meu próprio fim chegasse.
Aí, quando narrei a situação à médica, ela receitou antibiótico. Por conta própria, eu já não tratava as ‘ites’ com antibiótico há muito. Mas dessa vez, não titubeei. Comprei comprimido e xarope com a esperança na cura.
Dias depois questionei como estaria Morena na convivência com aquelas substâncias. Mas foi também por ela que aceitei a prescrição. Sei que não é bom cultivar infecções estando grávida, elas podem antecipar contrações e parto e trazer outros problemas. Como eu já estou em um período que o parto prematuro pode acontecer, fiquei com medo.
Também é preciso ser realista. Não sou adepta da homeopatia e afins. Posso até polemizar com a alopatia, mas não a ponto de abandoná-la.
Na hora em que recebi a indicação não me passou pela cabeça refutá-la. Nem pela da médica, lógico, negociar algo menos severo comigo. E tenho insistido para me convencer de que não há culpas nem culpados nisso. Só escolhas.
Na bula do xarope dizia: Não tomar em casos de 1) gravidez.
Aí, a gente coloca a venda nos olhos e pensa que a médica não poderia ter esquecido de reparar nesse detalhe.
Uma amiga lembrou: Você está parecendo uma doente e não uma grávida. Mas fazer o quê se a grávida adoeceu e perdeu aquela vitalidade de poucos dias atrás? Parece até o Benedito. Eu, hein...
Fazer o quê se a doente estava tomando duas dosagens de comprimidos enormes de antibiótico, duas tampinhas de xarope, uma cápsula de cálcio à noite e uma de complexo vitamínico à tarde? Por vezes já nem sabia quem era quem.
Mas enfim me sinto bem melhor.
Ainda não completamente curada. Mas no rumo – espero. Pelo menos das ‘ites’ pois ainda resta contar a história da ‘etes’.

domingo, 16 de maio de 2010

Atualizações

Aqui é um recomeço. De blog, de captação de leitores. O anterior, www.venhaconheceravida.zip.net, simplesmente parou, travou, diz não ter espaço para nenhuma nova postagem, para sequer receber o endereço deste daqui. Por esse motivo, tive 50 mil ataques de fúria, de tristeza, de raiva de não saber como resolver o problema e de desamparo tecnólogico. É claro que é impossível encontrar, no UOL, um suporte, um contato, algo ou alguém que possa minimamente nos dar a impressão de que podemos contar com algum amparo. E isso é muito ruim...

Assim, optei ou fui obrigada a optar por recomeçar. Buscar outro serviço. Ainda estou aprendendo a lidar com as ferramentas de cá e buscando as forças para seguir em frente.

Sigo tentando.

Agora estou em João Pessoa e não desejo a nenhuma grávida estar por aqui nos seus meses de gestação. Não sei se é melhor para quem vive aqui. Mas para mim tem um quê de tortura - sinto um calor, um calor, um calor tão grande que não tem precedentes.

Isso dá uma impaciência, uma vontade de fazer nada, de fugir, de correr. Noites super agoniadas. Falta de ar.

Nada que resolva. Ventilador, janelas abertas, ar condicionado. Simplesmente passo mal todo o tempo.

Agora mesmo não tenho mais condições de escrever. Volto depois.

sexta-feira, 14 de maio de 2010

Não só o centro de um corpo, também o centro do mundo!

Cicatriz, na região central do ventre, resultante da queda do cordão umbilical; apresenta-se, normalmente, como depressão arredondada, com pequenas pregas entrantes; às vezes, entretanto, forma uma saliência por processo hernioso.


O conceito de um dos nossos dicionários para a palavra ‘umbigo’ está aquém do que ele significa para uma mulher grávida.

Acho que até ficarmos grávidas (e, portanto, é um entendimento inalcançável para os homens), o umbigo é apenas um detalhe do corpo, que não merece muita atenção.

O formato do umbigo, seu tamanho, sua localização, podem até ser motivo de traumas, de troças entre amigos. Tirando isso, em geral, ele passa despercebido. Ou não.

Hoje o umbigo tem servido de indispensável porta-trecos, como piercings e afins. É ele a parte do corpo que muitas mulheres gostam de exibir, por meio de suas (poucas) roupas.

Mas o umbigo é mais do que isso. Sua história é nossa história. Sua existência representa que sobrevivemos à gestação.

Cortá-lo significa que estamos do lado de fora do mundo e que, por fim, podemos respirar por conta própria, testar a capacidade de nossos pulmões, até então, sendo maturados.

O umbigo nos colocou aqui – foi por ali que roubamos nossas mães, ou melhor, que ela nos transmitiu tudo aquilo que precisamos para passar de uma célula a um ser humano completo e complexo.

Foi por causa dele que elas, as mães, viveram seus primeiros medos. Como cuidar de um umbigo ferido, cortado, a cicatriz enfim? Como dar banho no bebê sem macular aquela fissura? Como trocar as fraldas, respeitando a lembrança do cordão umbilical?

É pelo corte dele, do cordão umbilical, que as mães sofrem também. O que era tão seu, grudado, colado visceralmente, agora está à parte, visível. Agora é do mundo.

É por não se conformar com esse apartar-se que muitos – mães e filhos – carregam pelo resto da vida comportamentos que não condizem com sua condição de unos, de indivíduos porque ainda se sentem ligados pelo cordão há tanto rompido.

É ele, o umbigo, que centraliza nosso equilíbrio. Quando engravidamos e damos a oportunidade a outro de ter seu próprio umbigo e ligar-se a nós por meio dele, perdemos nós mesmas o equilíbrio. Por causa disso, somos aconselhadas a não usar salto alto, a não dançar em meio a muita gente e a nos acostumar com dores na coluna e a um ‘andar de pata’.

Todo mundo quer fazer dele, do seu, o centro do universo. Isso, claro, depois de sentir-se dono do próprio umbigo.


O umbigo (Mário Quintana)

O teu querido umbiguinho,
Doce ninho do meu beijo
Capital do meu Desejo,
Em suas dobras misteriosas,
Ouço a voz da natureza
Num eco doce e profundo,
Não só o centro de um corpo,
Também o centro do mundo!