quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Receitinha para a paz no trânsito

Quando recebemos alta do Hospital Santa Lúcia, na sexta-feira (30), Fábio se apressou em dizer que ele carregaria Morena no colo até o carro.
Nele, o carro, já estava montada a cadeirinha dada por Tia Vitória e foi lá que Morena, toda embrulhadinha, chegou em casa.
Sair do hospital carregando nossa filhota foi daquelas emoções únicas na vida. Roberto ia na frente nos filmando e fotografando, tal qual um paparazzi e eu e Fábio caminhávamos lentamente como se fôssemos o centro das atenções – era assim que eu me sentia e penso que ele também.
É claro que éramos apenas um casal circulando nos corredores de um grande hospital. Mas para nós éramos os pais de Morena levando nossa filha para casa depois de curti-la na barriga por 38 semanas, ou seja, éramos especiais. O momento era especial e tudo era emoção.
Já no trânsito, minha sensação era de: Parem o mundo. Estamos passando com nossa filha.
Cada carro mais veloz, cada ultrapassagem, cada movimento comum do trânsito me dava desespero. Esforçava-me para não ficar dando ‘pitaco’ na direção de Fábio – mas mesmo assim não me contive por algumas vezes.
Eu estava aflita. Íamos devagar e os outros motoristas não podiam entender que nossas razões para isso eram as melhores e maiores – carregávamos o mundo, o amor, a vida toda dentro daquele espaço.
Logo pensei que uma boa razão para a paz no trânsito seria cada motorista experimentar levar para casa pela primeira vez o filho ou filha recém nascida. Ou pelo menos tentar antever essa situação, fingi-la, só para sentir o cuidado, o carinho e a delicadeza que se requer das pessoas num momento assim.
Haveria paz no trânsito – com certeza.

3 comentários:

  1. Se cada um experimentasse (de verdade) a sensação de gerar e cuidar de um recém-nascido, não seria apenas paz no trânsito, mas paz no mundo.

    Seria tão bom.

    ResponderExcluir
  2. isso que um filho faz: nos mostra a dimensao maior do amor. assim, queremos um mundo melhor, queremos a vida linda como eles sao, lindos, queremos a pureza.
    eu que sempre dores de mundo, elas ficaram maiores depois dos filhos.
    mas o amor tambem.

    ResponderExcluir
  3. Querida Wal,
    E uma honra ler tantas reflexões lindas neste seu momento, tão especial!
    Desejo o melhor da vida pra você, Fábio e Morena...
    Abraços mil, com muito amor, carinho e cumplicidade... Michelle Lopes

    ResponderExcluir