domingo, 1 de agosto de 2010

Homenagens recebidas - ICONOGRAFIA DO NASCIMENTO DE WALESKA - De Tânia Maria de Oliveira


Fui hoje testemunhar o recente nascimento de Waleska.
Foi parida mãe pelos braços de Morena em sua brancura ainda incerta. E as duas parecem se conhecer do tempo em que ainda eram apenas sentidos
e desejos. E ver uma mãe nascer, confesso, não deixa muito espaço para conceitos. É o começo de um tempo de descobertas que palavras podem
ser choros, que passos podem ser o engatinhar, que um riso destrói qualquer argumento, que temos a capacidade de nos tornarmos um ser boquiaberto
diante de outro, que nos nutre e nos ensina um amor de uma dimensão inigualável.
Para além da delicadeza da alegoria da maternidade, nesse dia nascemos de novo para o mundo e esbanjamos ternura, delicadeza e sensibilidade,
tudo em meio às confusões e temores que nos rouba o tempo, nos obriga a noites insones e nos devolve luz.
E crescemos a cada dia, em processos múltiplos que ora nos faz espelhos, ora nos impele a buscar a tradução do mundo. E tudo vira novo: o sentir,
ver, tocar, cheirar, degustar, gozar.
E nos descobrimos metades inteiras, porque uma parte de nós já não nos pertence mais. E antes que me perguntem a resposta é não. Maternidade não
é abrir mão de nossa individualidade. Ela nos dá uma oportunidade única de desafio de uma compreensão alargada sobre nós mesmos e tudo que
comporta o universo ao nosso redor.
Para minha amiga mãe que nasceu ontem, enquanto a lua cheia passeava no céu, roubo descaradamente as palavras do Oswaldo Montenegro e lhe
faço oferenda:
“...que o espelho reflita meu rosto num doce sorriso
que me lembro ter dado na infância
pois metade de mim é a lembrança do que fui
a outra metade não sei.”
Paz e bem.
Tânia

Textos e fotos: Tânia
Enviado em: 29/07/2010

Um comentário:

  1. Muito lindo tambem, muita delicadeza nas palavras e na mensagem delas
    parabens Tania, Wal, Morena, Fabio

    Vitoria

    ResponderExcluir