terça-feira, 3 de agosto de 2010

PARTE I - Na prática como foi a teoria do enxoval

Quem acompanha o blog sabe que sempre cultivei uma espécie de resistência quanto ao enxoval – não sei explicar a razão. Mas talvez para a minha mente pisciana todas aquelas listas das lojas e sites fossem amplas, genéricas e confusas demais. Em não conseguindo decifra-las fui devorada por elas. Algumas coisas eu nem sabia o que significavam como modelitos mijão e pagão.

Outro aspecto que me incomodava era o excessivo consumismo implícito na maternidade ou numa gestação. A gente não faz idéia do que, entre milhares de produtos tão fofinhos, será útil ou pagará o seu valor, na maioria das vezes exorbitante.

Assim, fiz dois Chás de Bebê para tentar passar essa missão aos demais, distribui outras tarefas para mamãe e irmãs e o fato é que Morena nasceu sem que essa parte tenha sido estudada ou planejada.

Apenas na véspera de sua chegada, fazendo a até então assustadora mala do hospital, descobri que ela não tinha tantas roupas tamanho RN assim. Tentei cumprir a quantia solicitada pelo hospital, organizar outros itens e fechei rapidamente a bolsa, como que com medo dela.

Na verdade, como prova de meu marinheirismo de primeira viagem, achava que essa malinha ficava sob os cuidados do hospital e até queria anotar tudo o que estava levando para garantir que viesse de volta.

Não. Ela fica conosco. No quarto. O que permite que continuemos com ela uma relação de intimidade e até que façamos alguns pequenos truques que não faríamos se tivéssemos a certeza de que seriam descobertos por mãos alheias.

Com a mala da mamãe a situação não foi diferente. Mas em compensação, fui comprando as coisas e tive mais acesso a elas do que às roupinhas de Morena que, quando lavadas, ficaram lá guardadinhas.

Agora, passado esse susto, posso avaliar o que deu certo e o que não deu. Na verdade, o tempo no hospital passa rápido. Entrei na quarta, sai na sexta-feira por volta de meio dia. Parte desse tempo estamos anestesiadas, parte grogue e parte sem mobilidade, gemendo, tentando fazer algo como xixi ou soltar um pum.

Assim, levei quatro camisolas. Usei apenas uma. No primeiro dia, estava com a do hospistal, no segundo com a única que usei e no terceiro, já de alta médica, com a roupa de grávida recomendada para a saída do hospital.

As listas mandam levar robe e esse foi um dilema, pois não estava levando nenhum. As camisolas eram de malha, Anny Anny, Sonhart, esses estilos. Mas apenas duas (porque continuei usando as peças em casa de minha cunhada) se mostraram eficazes para a amamentação, seu fim maior – aquelas com um elástico abaixo dos seios pois não ficam soltas e não caem se por acaso a gente se levantar ou fizer um movimento mais brusco. Portanto, não basta que sejam de botão como sugerem as listas.

A chinela, com o qual gastei muita energia, foi útil, sim. Ela é prática, mas não precisa que seja chiquérrima. Basta que nos leve ao banheiro sem que precisemos de muitos movimentos para calçá-la.

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