domingo, 10 de outubro de 2010

Refletindo sobre a amamentação

De novo me choquei com o fato de minha filha não estar no índice-padrão de aumento de peso. Dessa vez, menos grave do que ter uma recém-nascida emagrecendo - em um mês Morena aumentou 1,2 kg de pura comida nordestina e cresceu um monte – isso estava a olhos vistos. Mas os 200g que ela não conseguiu fazer me intrigaram demais.

Não era falta de leite – isso eu tinha certeza. Apesar de um dia desses, diante da inquietação da menina, mamãe ter dito: “Esse seu leite não está sustentando a menina. Acredite na minha experiência”. Mas eu não quis acreditar, embora tivesse medo de que tivesse certa.

Fui observando, no entanto, que a pequena realmente estava mais chorosa, dormindo menos, acordando mais. Creditei tudo ao fato de estarmos viajando, mudando sempre de rotinas e lugares.

Mas o fato de a médica ter dito que eu não me preocupasse, que eu confiasse no meu leite, que ela ainda estava se ajustando, me tranqüilizou e me fez pensar muito no assunto até constatar que, falta de leite parecia não ser. O meu continua pingando, nos ensopando (apesar disso não significar excesso), além de alimentar minha filha constantemente, tão logo ela demonstre vontade.

Esse assunto também tem sido assunto na lista do Ishtar, o que me deu mais subsídios para refletir. Lá, as meninas tem comentado que os índices estabelecem uma média (coisa que a gente termina por esquecer), que são feitos com crianças não brasileiras.

Elas também alertam para o fato de que os bebês são diferentes, que a gente repare no biotipo dos pais e, enfim, que em caso de fome eles sabem demonstrar. Resumindo, a velha universal receita de se relativizar.

Então, percebi que em face dos agitos da viagem e de que, na madrugada, quando estava na casa dos meus pais em Campina Grande, eu amamentava Morena correndo e a devolvia para o berço desmontável para protegê-la das milhares de muriçocas que nos atormentavam, eu estava talvez interrompendo sua amamentação antes de que estivesse satisfeita e dessa forma também impedindo a chegada do leite gorduroso.

Pois bem, apostando nessa hipótese, desde depois da consulta e especialmente a partir de ontem, eu passei a deixá-la esvaziar um peito até a última gota para só então passar para o outro, lembrando de recomeçar a amamentação a partir do último peito ‘utilizado’.

Não sei se é cedo para a resposta ou se é coincidência. Mas juro que a menina já engordou e, isso é certeza, voltou aos soninhos mais consistentes de manhã e de tarde. Além disso, seu humor melhorou e no lugar da irritação e dos choramingos, vieram as brincadeiras, o chacoalhar de pernas, a descoberta das mãos e aquele olhar sereno e curioso de sempre. O tempo dirá se estou mesmo certa.

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