domingo, 17 de outubro de 2010

O que fazer com o chorinho de sono?





Realmente esses primeiros meses de vida da nossa filha tem reservado um processo que nunca vai parar: o conhecer-se. E ao contrário do que possa parecer é totalmente possível sabermos o que está acontecendo, por que esse ou aquele choro, barulho ou biquinho. A convivência tão amiúde proporciona isso.

E também estudamos bastante sobre gravidez, sobre o bebê. Muita gente acha isso uma bobagem. Eu não acho. Fábio também não. É claro que não dá para ficar alienado. Mas é muito bom poder conhecer nossa pequena para além do achismo e saber o motivo da cólica, a razão da existência do soluço, os tipos de choros, o que ela deve estar fazendo de acordo com a idade.

Isso nos blinda, inclusive, contra os conselhos, opiniões e ‘so on’ infindáveis e me torna uma mãe mais segura. Pais mais seguros. Acho que a segurança faz a diferença para pais de primeira viagem.

Uma das reações de Morena que tem me intrigado é a da hora do sono. É aquela que os bebes em geral ficam irritadiços o que contradiz o que realmente sentem, ou seja, cansaço. Como tenho ficado bastante na casa da minha irmã Valéria, em João Pessoa, ela tem igualmente convivido bastante com Morena e na hora do chorinho, ela diz: Eita, mas essa Morena está manhosa. Só quer braço.

Para mim, a palavra soa como um palavrão. Como dizer que minha pequenina tão quietinha, tão risonha, tão interativa, é manhosa só por causa desse chorinho tão pontual, na hora do sono?

E como não ler, perceber que o chorinho não representa manha, mas sono? E insisto: Ô Léla, não diga isso. Ela só fala assim. Procure saber o que ela está dizendo e querendo e dê.

Opa! Perigo, a aí, na realidade, surge um dos primeiros dilemas da educação, o evitar a manha, ou comprovar que ela existe.

É claro que quero defender minha pequena retrucando minha irmã, mas quero defendê-la também dos perigos que minha forma de lidar com ela possa trazer. Será que é cedo para saber?

Na verdade, queria achar o jeito que Morena prefere dormir. Nessa hora, as pálpebras dela ficam vermelhas e vem a indefectível carinha de sono. Quando ela está no berço, se mexe, coloca uma mão na cabeça e outra na boca (seria a hora de inserir o tão sonhado, por Valéria, paninho ou a chupeta). Mas eu não sucumbo.

Apesar disso, se tem algo ao alcance das mãos, como a roupa ou um brinquedo, chega logo logo aos lábios. E e em ambas as situações, o chorinho vem. E o que fazer nessa hora? A vontade é balançar – nos braços, no carrinho ou no berço. Já usei e funciona. É tão mais fácil dar esse aconchego nessa hora tão vulnerável para o bebê.
Mas, seria o mesmo que colocar manha. É ou não é?

Aí, a literatura diz para deixar o bebê adormecer sem isso, sozinho, no seu canto. Para evitar problemas futuros.

Mas e esse espaço de tempo em que dura o chorinho? A literatura também desaconselha o ‘deixar chorar’ pois que libera hormônios que intoxicam o cérebro do bebê causando estresse e outros males.

Ela dorme de todos esses jeitos até agora. Sozinha, nos meus braços, no carrinho – com ou sem balanço. Mas como não deixar que nenhum desses métodos vire mania ou manha? Lembro que Valéria é exigente comigo. Os dela só dormiam na tal da ‘redinha’.

Bom, enquanto não acho uma solução apenas e vou usando todas na esperança de não estar fazendo mal a minha filha, reproduzo a dica de um pai, também na Crescer (de agosto):

“Identifique o choro de sono (...). Isso evita muita confusão porque, quando as crianças estão com sono, elas ganham a fama de chatas e, em geral, fazem tudo o que você diz para não fazer. Em vez de dar bronca, pegue-a no colo, dê banho e leia uma história para dormir”.

Morena ainda é um bebê. Então, a dica precisa de adaptação. Quando adaptada ela fica assim: Procure saber o que ela está dizendo e querendo e dê.

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