segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Sobre peitos, mamas e mamadas

Eu nem sonhava em ter um filho, no caso, uma filha, quando fui para as comemorações do desmame de uma amiga. Ela foi tomar uma cerveja e fomos junto.
Como eu não tinha detalhes do processo que ela passou até esse dia, ficou a sensação de que desmamar era assim, simples, rápido, sem recaídas, sem voltas atrás. Era algo que se decidia, se fazia e depois era só comemorar com o que se sonhou e não podia quando amamentava: tomar uns goles.
Depois, veio o desmame de minha irmã Vitória e, como eu estava mais próxima (embora com ela morando na Europa e eu aqui) novas marcas desse período da vida ficaram em mim. Era difícil, era dolorido, era sofrido, era demorado e o bebê sentia a separação e reclamava.
Vivendo a maternidade, descobri que o desmame tem início geralmente aos seis meses do bebê, quando se inicia a alimentação e o leite materno deixa de ser exclusivo. Tem início assim, definido. E um final completamente indeterminado.
Comungo com muitos conceitos e preferências da maternagem, de militantes do parto humanizado e coisas assim. Gosto de amamentar, lutei para que minha amamentação desse certo (passei por ingurgitamento, sangramento, ferimento, perda de peso da bebê acima do normal após saída do hospital, introdução de fórmula, quando ela era RN), mas nunca pretendi passar 'dois anos ou mais', como preconiza o Ministério
da Saúde, amamentando.
Também nunca tirei leite para doar ou para guardar. As distâncias que mantive de Morena até os seis meses, eram limitadas pela sua necessidade de mamar. Agora, quando está com 15, continuo sendo sua cuidadora oficial pois ela não foi para creche, nem teve babá. Embora atualmente esteja passando as tardes sem mim, 15 dias por mês.
Bom, essa história enorme, é para dizer que a amamentação tem me incomodado algumas vezes, principalmente de madrugada, quando ela chama e noto que não está sugando o peito, apenas mantendo-o lá como a chupeta que nunca usou.
Pior, quando eu o guardo, ela acorda e chora. E o peito, ao contrário do que acontece durante o dia, costuma doer e me incomodar bastante durante a noite.
Nessas ocasiões, sempre penso em desistir. Pois bem, esse meu querer encontrou eco em algumas leituras em que os pediatras recomendam a retirada da mamada noturna.
Aí, ontem eu decidi que não ia dar o peito de madrugada. E ela acordou muito mais que as duas vezes habituais.
Eu contava histórias, cantava, conversava, brincava, beijava, abraçava, mas não dava o peito. Nas primeiras vezes, ela chorou por um bom tempo até adormecer. Depois, começou a não chorar mais. Até eu concluir que ela estava já acomodada à nova situação. Resultado? Só acordamos depois das 8h, chamadas por Fábio, para
não perder a natação.
Aí, ela demonstrou levemente querer o peito, eu a levei imediatamente para a cozinha, para 'nham nham nham', tomar café.
Depois, fomos nadar. Aí, o lanche. E aí, meus peitos a essas alturas estavam gigantes e doloridos e ela sem dar sinal de querer mamar.
O que eu fiz? Uma pequena sacanagem com a pequena, que tanto tinha reivindicado seu leite madrugada adentro.
Disse: Filha, vem cá, vem tomar um leitinho.
E ela na maior camaradagem, tomou tudinho.
Eu não oficializei o desmame. Não vou negar para sempre o peito, fazer ordenha para tirar o excesso de leite ou tomar remédio para secá-lo - ainda.
Mas sigo firme no propósito de tirar a mamada noturna.
Vamos ver no que dá.

Nenhum comentário:

Postar um comentário