quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Amigo não se compra, se conquista

A preocupação em como fazer amizades é antiga. A frase acima, nunca esqueci, estava numa estorinha do meu livro de português do primário.

Agora, como mãe, me pego com a preocupação de não deixar Morena sozinha, de fazê-la interagir, de colocá-la em contato com supostos amigos e, sim, já, agora, nessa idade.

Sempre convido as amigas que têm bebês ou crianças para encontros, já paguei mico tentando juntar a filhota com outros filhotes, enfim, esse assunto está na pauta e acho que na pauta da maternidade. De agora para sempre. "Diz-me com quem andas, que direi quem és" - não é isso, na adolescência?

Pois domingo passado o jornal Correio Braziliense trouxe duas matérias que abordam o tema. Acho que elas não foram pensadas para sair na mesma edição. Mas saíram e se complementam de alguma forma.

Uma delas, trazia a história de uma mãe do DF que colocou um anúncio no seu prédio, buscando amigos para o filho de menos de dois anos. Eu nem consigo discernir em como o jornal a colocou. Se ridícula ou se justa. Ou de como os leitores a julgaram. Eu, por minha vez, me identifiquei com ela que, não conseguiu ninguém que respondesse seu chamado de fazer uma turma para o filho.

É que por aqui, ao meu redor, vejo que há vários bebês, crianças, mas pouca interação. E vivo sonhando, como pisciana, muito sonhadora e pouco realizadora, em fazer algo, projetos, chamados, para juntar esse povo todo.

Povo que anda com cara de assustado, muitas vezes. Que anda com cara de solidão. Que anda com cara de querer dividir - dores e prazeres. Que anda sonhando em se juntar, mas não o faz porque esses não são tempos de junções.

A minha identificação com a mãe do jornal tem uma clivagem com a outra matéria que citei, pois ela fala do tempo em que havia turmas nas quadras de Brasília, que se reuniam embaixo dos prédios. Tempo, dá para intuir, que a matéria traz como passado.

Aliás, ja vi na tevê uma outra matéria de prédios, por seus síndicos, que proibiram as crianças de 'descer'.

Os especialistas ouvidos pelo jornal disseram que a mãe tem preocupações antecipadas ou infundadas (isso é como minha memória me faz resumir as coisas, pois não peguei o jornal para reler o texto). Dizem que, nessa idade, os bebês não precisam de turma, não tem capacidade para lidar com elas.

Também já li que nessa idade, eles ficam lado a lado, mas não juntos. Brincam sozinhos, mesmo rodeado por seus pares.

Me vi querendo colocar Morena na escolinha, dia desses, mesmo minha necessidade para isso não sendo tanta. Minha maior preocupação? Colocá-la para interagir com outros da mesma idade.

Fui franca com a coordenadora da escola e contei que não estava certa da decisão, que eu não tinha motivos reais para colocá-la na escola tão perto do final do ano. Pedi uma luz, um conselho, uma opinião.

A resposta foi definitiva na minha decisão de esperar. Ela me disse que os contatos de Morena em parques ou nas aulinhas que faz (natação, musicalização), já eram suficientes para movimentar sua vida social.

O que ela precisava mesmo mesmo por agora era da mãe por perto. Se eu pudesse fazer isso, era o melhor que podia oferecer à minha filha. E isso eu poço fazer.
Melhor que qualquer brincadeira lado a lado com alguém, penso.

Amizades ela vai conquistar. Quando estiver na hora.

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