quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Será culpa do Tio Maluco ou nenhuma das respostas?

Na Revista Crescer, em crônica de Marcelo Tas foi institucionalizada a figura do Tio Maluco, citada novamente
por Denise Fraga em seu texto de outubro.

É aquela pessoinha transgressora que convive com nossos filhotes, sem nem mesmo precisar ser tio de sangue. Faz, incentiva, mostra, fala sobre coisas que a gente não faria, não incentivaria, não mostraria ou não falaria por questões de personalidade ou, para manter a autoridade de pais.

Assim, o Tio Maluco seria até um alter ego nosso, nos ajudando em coisas que a gente até gostaria mas que, por dever de ofício, tem que evitar.

Bom, aqui foi uma 'tradução livre' para o Tio Maluco do Tas e da Denise.

Andei pensando se os adultos também devem manter a presença dessa figura na sua vida. E até achei que é por sua influência que, na minha teoria, seria igual às peraltices dos duendes e sacis, que ando vendo gente grande fazendo tantas infrações diante dos filhos e até para e por eles, notadamente no Parque Olhos D'Água, foco das minhas observações e a razão desse texto.

Antes de ontem, ao caminhar por lá, ouvi uma mãe gritando horrores com o filho. Não era bronca, era diversão. Mas era, sobretudo, exagero. Na minha opinião. Talvez uns gritos que exprimissem a alegria que ela não estava sentindo em brincar na areia com o filhote. É puro julgamento mesmo pois vi e ouvi a cena de longe. Não estava com Morena. Estava me exercitando, portanto, passando.

Ao ser chamada a atenção pelos gritos, vi que não apenas a criança mas a saltitante mamãe estavam no balanço de madeira. Os dois. Num lugar em que uma grande placa avisa: os brinquedos não são para os pais. NÃO são. O que leva um ser humano adulto a se sentar num balanço infantil de um parque infantil, quando ali há uma placa reivindicando que isso não seja feito, em nome do bem comum (o que está implícito)?

Ali mesmo, no parque de areia presenciamos outra infração de muitos adultos. Há poucos dias o local foi interditado, cercado por aquelas fitas amarelas e pretas. Inclusive, no mesmo dia em que comprei baldinho e fui com Morena inaugurar o brinquedo.

Diante da descoberta, meus planos, então, foram adiados e fomos curtir o mesmo lugar que costumamos frequentar lá, o gramado perto da administração. Aproveitei a proximidade para procurar os gestores do parque e perguntar a razão da interdição, quando o local seria liberado.

Não havia previsão e estava fechado para reformas, troca da areia, coisas assim.

Aí, no final de semana fomos ao Olhos D´Água, ao gramado e , ao passar pelo parquinho, qual não foi nossa surpresa ao avistar vários pais e seus rebentos, embaixo das fitas, curtindo o lugar, com cara de paisagem, como se não estivessem enxergando os sinais de que a área não estava liberada? Fizemos até foto, diante da incredulidade para a cena.

Eu simplesmente não teria coragem de ignorar as fitas, a proibição temporária e me postar por lá com a pequena, como se nada estivesse acontecendo.

Outra coisa que já vi, algumas vezes, a despeito das placas pedindo o contrário, foram adultos alimentando os animais do parque, incluindo os peixinhos.

E aí, eu me pergunto? Será que essas pessoas tem um tiozinho maluco soprando deslizes por sobre seus ombros? Será que é saudável incentivar a libertinagem que o tio nos propõe mesmo na vida adulta e eu que estou sendo a chata? A que não teve Tio Maluco na infância?

Será?

Ou será que o Tio Maluco não tem nada a ver com isso? E a explicação é outra e sem nenhuma graça?

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