domingo, 19 de setembro de 2010

Paraíba meu amor, eu estava de saída mas eu vou ficar...


Eu toparia fazer terapia só para solucionar o meu incômodo em fazer malas. Sobrevivi à viagem para São Pulo, aos 21 dias de Morena. Mas e fazer malas para uma viagem de mais de um mês? É esse tempo que vou passar, provavelmente, aqui, na Paraíba onde estou agora com Morena.

Já sabia que não funcionava fazer a mala no dia da viagem. Na outra, talvez sentindo a minha ansiedade (será que os bebês sentem mesmo?) ela passou a manhã acordada entre choro e peito, quase me impossibilitando de arrumar as coisas.

Dessa vez, comecei na véspera. Mas igualmente quase faltou tempo. No final, já estávamos na correria e o berço desmontável que Fábio tinha aberto para aprender e me dar uma aula de como manipular, teve mesmo que ficar em casa, pois não conseguimos fechá-lo a tempo.

Um detalhe é que eu viajaria só com Morena e isso estava me exacerbando embora eu tentasse não pensar sobre. Chegamos ao aeroporto em cima da hora e tivemos que pagar excesso de bagagem – Fábio é ouro e usou essa prerrogativa, mas como ele não ia embarcar, não vingou.

Eu decidi embarcar com Morena não no carrinho, mas no bebê conforto. Como o carrinho é retido na porta do avião e entregue ao final da viagem, da outra vez recebemos um carrinho sem rodas, mal desmontado e, cheios de bagagem tivemos que recuperá-lo, quer dizer, Fábio teve, no maior sufoco.

Mas meu tiro saiu pela culatra. Levar a cadeirinha rumo ao portão de embarque é cansativo e, em meio a uma parada para descanso e alguns ais, fui surpreendida por um homem que me ofereceu ajuda e me deixou no meu portão.

Já no avião não tive tanta sorte com pessoas gentis. Mas depois de sentar e levantar algumas vezes da poltrona para que meus vizinhos pudessem se acomodar, troquei de lugar e fui sozinha com Morena que, foi quietinha no meu colo e até dei uns cochilos também.

Quando cheguei em Campina ninguém me esperava ainda mas depois meu irmão Raniere chegou. O aeroporto ainda é daqueles em que temos que caminhar do avião ao desembarque e olhar o chão e o céu daqui sempre emocionam. Entrei na minha cidade com lágrimas nos olhos, trazendo agora uma filha minha para apresentar à minha terra.

Aqui em casa fui recebida com belas rosas por mamãe e papai. Uma alegria. Vitória e Vinícius chegaram logo depois de Recife, vindos da Suíça e tivemos uma bela janta com xerém, galinha, carne de sol, cuscuz, tapioca, queijos, biscoitos. Ave Maria, tanta coisa que eu quase não saia da mesa. Delícias e fartura nordestinas tão bem representadas em minha casa.

Fábio veio dois depois nos visitar e, com as crianças dormindo, pudemos, eu, ele e Vitória comer uma fava com tripa, um arrumadinho e um arroz de leite com carne de charque em um bar bem simples e de boa comida. Ah, tomei até uma cervejinha super gelada. Ô coisa boa!

Aqui, no Quilombo dos Barbosa, como chamo a casa dos meus pais, tudo está muito bonito. Em tempos de chuva a paisagem está intensamente verde. Tem feijão plantado e muitas flores. Morena todo dia toma um amplo banho de sol e está gorduchinha com a sustância da terrinha.

Passado o medo de enfrentar a viagem, vivo dias muito felizes por aqui. E as malas estão se mostrando úteis – usei o critério ensinado por Vitória, de tentar transpor o que usava no dia a dia e deu certo. Tanta coisa me incomodava na hora dos preparativos, pois ficava insegura se estava sendo exagerada ou não. Mas procurei não problematizar mais uma vez e acho que acertei na medida.

O berço desmontável Fábio trouxe, mas como ela voltou a dormir no carrinho por aqui, ainda não apelamos para ele. E fora o ataque das muriçocas nos primeiros dois dias (agora já tomamos providências), as noites estão sendo tão tranqüilas quanto em Brasília.

As crianças – Vininha e ela – estão sendo o xodó da família e eu não me arrependo dessa mudança provisória para cá.

“Quando me lembro de Campina Grande peço notícias e você mande”!

Um comentário:

  1. Wal viajei à doce Campina com seus comentários..."O céu e a terra me emocionam". A doce Campina é sempre assim, emocionante! Que bom que Morena está respirando este ar gostoso que só Campina tem. Ai que saudade que dá da minha doce Campina...que é mais sua do que minha mas muito minha também. Abraço pra você. Abraço pra Campina.

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