domingo, 25 de julho de 2010

Galinha Caipira Completa

Bom, não vou falar nesse post do grupo de música instrumental dos meus amigos que leva esse mesmo nome e, semana passada se apresentou no Clube do Choro de Brasília, onde queria ter ido mas não fui dadas as circunstâncias. Quero falar do prato mesmo, de uma suculenta galinha caipira.

Ontem senti o cheiro pelas frestas das janelas alheias do que seria uma galinha ao molho e logo fui acometida por uma saudade dos temperos paraibanos, de minha casa, das mulheres de lá e fiquei matutando sobre a impossibilidade de encontrar algo semelhante por aqui.

Em Brasília, os restaurantes de comida nordestina (os que eu conhecia até então) estão pasteurizados trazendo no seu cardápio o tal escondidinho e a famosa tríade paçoca, macaxeira, carne de sol. Tem seu valor. Mas não representa nordestinidade para mim e ontem não supriria minha necessidade por algo com caldo e cara - caseiro de verdade.

Não gosto do Mangai daqui. Como disse meu amigo Gicarlos, carece de alma o lugar. É super lotado, não me traz prazer - só desgosto - e numa das duas vezes em que fui lá fui super mal atendida, tive que chamar gerente, reclamar, brigar. Quando a gente quer comer o estresse adicional é totalmente traumatizante.

Aí, lembrei que minha cunhada tinha comentado de um lugar que tinha um bode maravilhoso. Ligamos para ela, que estava em São Paulo, para seu marido, e depois de uns três telefonemas achamos o Macambira, incrustado na arquitetura caótica das quadras 700 Norte.

Ai meu Deus... que delícia, que deleite, que alegria me deu poder matar meu desejo de forma completamente feliz e saborear sem reclamações, sem ressalvas o prato que eu estava desejando mas, já meio convencida de que não conseguiria encontrar, pelo menos no Plano Piloto da cidade.

O Macambira chega a ser bem simples e sua decoração apesar de nordestina tem uns traços kitsch. Mas a comida... A galinha caipira completa com salada, arroz e pirão de mulher parida estiveram perfeitos.

Não teve dieta que me segurasse e ao lado de um suquinho de umbu, também delicioso, me entreguei à gula e comi deliciosamente até quase passar mal. Fábio e Gica também seguiram esse rumo, com a diferença de que puderam tomar também uma boa cachaça.

Como vi recentemente que o paladar de uma criança vai se formando agora, a partir do que ela pode degustar no líquido amniótico, espero que Morena também tenha adorado e que vá se acostumando aos pratos nordestinos que também vão fazer parte da sua vida.

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