sábado, 7 de maio de 2011

Florido

Minha irmã usou a palavra para descrever o cenário em Amsterdã, onde passara uns dias. Ela fez um paralelo com a nossa casa, as plantações de milho e feijão.

Foi assim que encontrei aqui. Florido. E perdoei a tanta chuva que eu esqueci que caia nessa época. É ela que nos dá milho e feijão, quebrados do pé, como dizemos.

Lembrei do mistério que é a chuva para uma criança, pensando em Morena. Lembrei do quanto a chuva era misteriosa para mim, quando criança.

No outro dia de manhã saia para olhar seus efeitos, seus pingos sobre as folhas, sobre as mangas e outras frutas.

Lembrei de mim e Vitória olhando a chuva da porta de vidro. Esperando-a passar. Lembrei de mim descendo a ladeira no final da tarde indo para a aula de inglês sob a chuva mesmo.

Lembrar essas coisas hoje é um exercício que faço sobre Morena, como será sua infância, quem serão seus companheiros e companhias, de onde verá a chuva. Se da janela de um prédio, ou da soleira da porta de uma casa.

Minha tia mostrou a chuva a ela. Bem de perto. E ela balançou a mão, de sua forma peculiar, para agarrá-la, brincar com ela, a chuva.

Maio e junho chuvosos também são tempo da roupa que não enxuga, do friozinho, das festas de São João. E lembro da música: Eu plantei meu mio todo no dia de São José, se me ajuda a providença, vou coiê mio a grané, vou coiê pelos meus carco 20 espiga em cada pé. Pelos carco vou coiê 20 espiga em cada pé...

E que tudo esteja florido.
E que venha uma boa colheita.

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