

Desde quarta-feira estamos na Paraíba - eu e Morena. Quisemos fazer uma surpresa à mamãe. E fizemos. Mas bem mais tarde do que pretendíamos. A chegada seria em Campina Grande mas, não foi. Esqueci que nesses tempos de chuva - maio, junho - por falta de aparelhos os aviões não conseguem descer aqui.
Já passei por isso outras vezes. É assim: o avião vai descendo, mas começa a circular e o comandante avisa que está tentando descer mas que não tem visibilidade e que talvez precisemos ir para Recife. No meio tempo a gente reza pra todos os santos. Tão perto e tão longe. Se descermos estaremos em casa. Se não, serão horas até chegarmos.
Aí, uma curvinha bem conhecida. É ele indo mesmo para Recife e, logo depois, o anúncio oficial. E a gente quase chora.
Dessa vez o quase choro tinha um motivo real. Uma bebê que carregava nos meus braços. E cinco volumes - entre malas, carrinho e berço portátil. E mais o que carregava nas mãos - mochila, Morena,bolsa pesada, sling e bebê conforto.
No aeroporto em Brasília já tinha passado pelo primeiro dissabor. As regras sempre mudam. As vezes sou liberada para passar com Morena. As vezes tenho que tira-la do colo, etc, etc...Dessa vez, tinha que esvaziar o bolso do sling.
Eu sempre reclamo. Digo que eles deviam uniformizar as regras e tal. Aí, como vingança viram um cortador de unha (na verdade um kit manicure que Fábio me deu) na minha bolsa e mandaram que eu achasse o objeto e me desfizesse dele. Aí, entre as tentativas de resolver, chamei o supervisor e ele liberou a entrada do kit.
Bom, em Recife nos avisaram que íriamos de ônibus. O prefeito de Campina estava no avião. Sua presença talvez agilizasse o trâmite de tudo para todos. Mas ele sumiu rapidamente. Deve ter tomado um táxi por conta própria - depois os funcionários da Gol perguntaram por ele.
O que menos gosto nesses casos é do sadismo dos funcionários. São frios, desatenciosos, cruéis e nada transparentes. E mentem, claro. Dizem: Daqui a cinco minutos - mil vezes consecutivas.
Podiam ser honestos e não causariam tanta revolta. Pois bem. Perguntei sobre alimentação - minhas pernas tremiam de fome, passaríamos pelo menos as próximas três horas na estrada. E ele disse que isso demoraria muito e não iam oferecer.
Eu estava sem mobilidade pela quantidade de malas e disse: Você não vai me obrigar a passar fome. Estou amamentando, preciso me alimentar. Quero alguém para levar meu carrinho e um voucher da Gol para comer.
Consegui isso. Mas o cara me deixou lá dizendo que voltava quando o ônibus chegasse. Aí, começou a demorar e eu a ficar impaciente mas sem poder fazer nada. Não passava ninguém da Gol ou da Infraero.
Aí, comecei a empurrar a bagagem. Com alguma ajuda entrei no elevador. Lá embaixo não consegui mais e parei no meio de tudo. Vi um cara de farda e o chamei. Pensei que podia ser qualquer um de qualquer empresa. Mas era o cara da Gol que havia me deixado lá em cima.
Dei um escandâlo, perguntei por que me deixara e ele avisou que o ônibus já estava lotado e que eu deveria esperar por um micro ônibus. Gritei mais, chorei, chamei novamente por supervisor e me colocaram no tal ônibus lotado. Chovia na estrada.
Perto de meia noite cheguei em Campina Grande, onde também chovia - havia colocado o pé no aeroporto 13h30. Bati na porta de mamãe e pedi que a abrisse. Ela achou que era minha irmã para avisar de algum coisa ruim que tivesse acontecido.
Morena estirou os braços para ela e tudo o que havíamos passado ficou para trás.
PS. Morena foi super paciente. Teve um comportamento inacreditável, o que nos ajudou muito a driblar a situação.
Nenhum comentário:
Postar um comentário