quinta-feira, 28 de abril de 2011

Matriculada na aula de natação

Bom, falei aqui da aula experimental. Mas não contei que efetivamos nossa matrícula e estamos nas aulas duas vezes por semana.
Será que contei que a água quentinha relaxa tanto que mãe e filha ficam morrendo de sono mas que só a filha tem o privilégio de dormir? Pois é. É assim que acontece.
E também lá, na A Body Tech, seguem as ceninhas de preconceito. De lá para cá, mais duas.
Um também professor perguntou à minha amiga: São todos seus? Se referindo ao filho dela, segurado por ela na ocasião e à Morena, que estava comigo.
Mais uma vez pergunto por que me torno invisível aos olhos dessas pessoas que não conseguem me ver simplesmente como mãe com a mesma naturalidade com que a enxergam.
E na quarta-feira, uma babá (já contei da profusão dessas profissionais por lá) me perguntou há quanto tempo eu cuidava dela.
Eu disse: É minha filha.
E ela: Mas com você dessa cor? Ela puxou à cor do seu marido?
Ela não se constrangeu com a pergunta. Para ela é uma questão simples, de cor. Dos direitos e lugares referentes à cor.
Mas eu queria que fosse diferente. Queria que ela se sentisse no direito e dever de estar do outro lado, de ser a usuária de lá.
Mas esses questionamentos passam ao largo pelo que pude ver.
No mais, tem sido cada vez mais complicado, em vários sentidos, ter que sempre me explicar, me legitimar, me justificar como mãe. Abrindo em mim a visão de uma realidade que eu nunca sentira de forma tão dura e explícita.
Hoje conversando com uma amiga sobre (a filha dela demonstra preferência por pessoas de 'pele clara') ela disse que provavelmente Morena não passará incólume pela situação e sofrerá os mesmos constrangimentos, indiscrições, intromissões e perguntas que eu.
Uma pena.
Uma prova do país que vivemos. Não muito diferente dos filmes do Sul dos Estados Unidos que vemos na tevê.
É que "no Brasil não existe preconceito".

Nenhum comentário:

Postar um comentário